São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997 |
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Barcelona abre exposições históricas
VANDER LEMES
A primeira mostra pretende reproduzir o momento histórico do pós-guerra, revisando as atividades do Grupo R, considerado o eixo principal da arquitetura catalã nos anos 50 no contexto opressivo e culturalmente pobre da época. A segunda exposição -"As Casas da Alma"- reúne pela primeira vez, num único espaço, planos e maquetes originais da antiguidade, em terracota, papiro e mármore. As quase cem peças expostas, procedentes de 37 instituições de todo o mundo, provêm de até 7.000 anos atrás. Muitas delas nunca foram exibidas antes. O Grupo R foi uma associação de arquitetos formada em 1951, cujas atitudes e atividades centravam-se na defesa da arquitetura moderna. Apesar de heterogêneo e de nunca ter publicado um manifesto, tinha por objetivos repudiar o academicismo e o monumentalismo franquista, estudar (e entrar em contato com) as tendências do panorama internacional, redefinir o papel cultural e social do arquiteto e se autopromover enquanto vanguarda. Formado de um lado por arquitetos mais velhos titulados nos anos 40 e de tradição racionalista do pré-guerra (como J. Pratmarsó, presidente do grupo que tinha ainda J.A. Coderch, A. Moragas, M. Valls, J. Gili) e de outro lado por arquitetos mais jovens e recém-titulados (como J. Martorell, M. Ribas, O. Bohigas), o Grupo R influenciou decisivamente as gerações seguintes, marcando os rumos da arquitetura, do urbanismo e do design na Catalunha. A mostra atual reconstrói a montagem da primeira e da última das quatro exposições organizadas pelo grupo nos seus dez anos de existência. "A montagem de 1951 já revela a intenção de criar uma estética de vanguarda", comenta Jorge Torres, um dos curadores e também co-autor da atual montagem. "Sem pretender dizer nada, o 'R' insinuava revolução, revisão, recriação". Algumas das obras presentes na exposição são o edifício residencial Casa de la Marina (1951-54), de Coderch y Valls; o cinema Fémina (1950-1952), de Moragas; o prédio da editora Gustavo Gili (1954-59) e o conjunto habitacional Pallars (1958-59), de Bohigas y Martorell. Além de maquetes, planos e fotos expõem-se também móveis e objetos decorativos desenhados por elementos do grupo. Texto Anterior: 50 anos em 5 não são o mesmo que 4 anos em 8 Próximo Texto: Mostra "Casas da Alma" revisita a Antiguidade Índice |
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