São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 1997
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Veto católico; Interesses nacionais; Coerência tucana; Todos no mesmo barco; Superstição reeleitoral; Braço-de-ferro; Imagine se não fosse; Argumento poderoso; Loja de conveniência; Primeiro os meus; Primeira vítima; Emenda esperta; Luta interna; Te cuida, Newtão; Custo polêmico; Constrangimento policial

Veto católico
Luís Eduardo Magalhães empurrará com a barriga, até o fim de sua gestão na Câmara, a votação do projeto que legaliza a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Atende a pedido de d. Lucas Moreira Neves, presidente da CNBB e cardeal de Salvador.

Interesses nacionais
Serjão está infernizando os ministros pelo telefone. Quer saber se todos os seus pedidos sobre reeleição estão sendo atendidos.

Coerência tucana
Ao ser cobrado por manter na direção da Telepará um afilhado de Jader Barbalho (PMDB), Serjão desancou o apadrinhado do senador. Mas não explicou como a nomeação passou pelo crivo político do governo FHC.

Todos no mesmo barco
No depoimento previsto para quinta na CPI dos Precatórios, o secretário da Fazenda de Santa Catarina, Paulo Prisco Paraíso, promete revelar detalhes polêmicos de operações de Pernambuco e da prefeitura paulistana.

Superstição reeleitoral
Um amigo diz que Sarney tem se lembrado muito da previsão de uma vidente maranhense de que ele seria presidente da República por duas vezes. Estaria aí a origem de todos os problemas de FHC com o PMDB do Senado.

Braço-de-ferro
Maluf diz que FHC está blefando de novo. "Querem ganhar a reeleição no grito, fazendo votação nominal, buscando deputado no supermercado. Já há 201 deputados contra, o que praticamente inviabiliza a votação".

Imagine se não fosse
Em mensagem divulgada na Internet para atrair a simpatia da imprensa, o grupo peruano Tupac Amaru (que mantém 73 reféns há 40 dias na embaixada do Japão em Lima) se define como: "os amantes da liberdade".

Argumento poderoso
Com o caixa em baixa, a Câmara achou um modo de pressionar a Secretaria do Tesouro: diz que está sem dinheiro para a passagem dos deputados que devem votar a reeleição.

Loja de conveniência
Na votação da reeleição, o relator Pires Franco (PFL-PA) vai levar dois pareceres sobre plebiscito e referendo. Um a favor e outro contra. Será adotado o que melhor atender às conveniências para a aprovação da emenda.

Primeiro os meus
Na hora da votação, o Planalto pretende abater de saída um destaque do PT que exclui a reeleição de FHC. Mas não dará garantia para manter a reeleição de governadores e de prefeitos.

Primeira vítima
Adotada para beneficiar Cássio Cunha Lima, prefeito de Campina Grande (PB) e candidato a governador, deve cair a permissão para concorrer no posto a outros cargos. É punição ao pai, Ronaldo, senador rebelde do PMDB.

Emenda esperta
Única a tratar do tema, a emenda Genoino (PT) prevê o referendo só para a hipótese de aprovação da reeleição. No caso de rejeição, teria de ser reescrita.

Luta interna
O PFL mineiro ameaça boicotar a votação da reeleição. Por conta do apoio de Luís Eduardo Magalhães à candidatura de Heráclito Fortes (PI) à 1ª vice-presidência da Câmara. A bancada apóia Aracely de Paula (MG).

Te cuida, Newtão
Itamar Franco, que está sendo cortejado pelo PMDB e se encontra amanhã com Paes de Andrade no Rio, voltou a pensar seriamente em se candidatar ao governo de Minas Gerais, em 98.

Custo polêmico
A média de mandados judiciais cumpridos na Paraíba aumentou 20% nos dois primeiros meses da programa de produtividade para os oficiais de Justiça. As gratificações engordaram os contracheques em até R$ 5 mil.

Constrangimento policial
Entidades feministas são contra a emenda de Zulaiê Cobra (PSDB-SP) a um projeto de lei federal sobre aborto. A deputada condiciona a legalidade do aborto em caso de estupro à instauração de inquérito policial.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
Do senador Esperidião Amin (PPB-SC), sobre a anunciada votação da emenda da reeleição nesta terça ou quarta-feira:
- Se quiser ser estadista, FHC deve anunciar a consulta popular e dispensar o serviço dos "dealers" (em inglês, operadores do mercado) da reeleição. Duvido que eles tenham segurança para votar.

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