São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 1997
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Sentença 'resgatou a verdade', diz Glória

'Estou compensada', afirmou a mãe da atriz

MAURO TAGLIAFERRI
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A novelista Glória Perez disse, ao final do julgamento de Guilherme de Pádua -acusado de matar a atriz Daniella Perez há quatro anos-, que a condenação do ator "resgatou a verdade dos fatos".
"Ela soterra, de uma vez por todas, as mentiras, as calúnias que esse criminoso inventou contra a minha filha durante quatro anos. Nesse sentido, foi feita justiça", afirmou a mãe de Daniella Perez.
Glória Perez ouviu a leitura da sentença da cadeira central da primeira fila da assistência do 1º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.
Ela estava acompanhada pelo irmão Saulo Ferrante e pelo filho Rodrigo.
Ao término da leitura da sentença, a novelista foi aplaudida e abraçada pelos familiares e por um grupo de mães de crianças desaparecidas que acompanhava o julgamento de Guilherme de Pádua.
Compensação
"Eu estou compensada", afirmou Glória Perez. "Mas satisfeita eu não vou ficar nunca mais, porque nada vai trazer de volta a minha filha", afirmou ela.
Em relação à pena aplicada a Guilherme de Pádua, 19 anos, a escritora disse que ela se enquadra ao sistema legal brasileiro.
"Eu sempre fiz críticas muito severas à legislação penal do país, mas, dentro das possibilidades das leis, estou muito compensada."
Verdade
O irmão da novelista, Saulo Ferrante, tem opinião semelhante.
"O juiz agiu corretamente. A sentença preserva a verdade. Qualquer que fosse a pena que ele tivesse, 19 ou 30 anos, de qualquer maneira ele terminaria saindo. Quanto à eficiência da pena, ela não satisfaz", disse Ferrante.
Pais do réu
Já os pais de Guilherme de Pádua nem chegaram a assistir à leitura da sentença.
Eles estiveram no plenário enquanto duraram os debates, com os irmãos do réu, Patrício e Simone, mas saíram antes da deliberação dos jurados.
Durante o discurso da promotoria, a mãe de Pádua, Leda Thomaz, chorou muito, e foi consolada pelo marido, José Antônio.

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