São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 1997
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Disputa pela Fiesp define cinco candidatos

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Deverá sair de uma lista de cinco nomes o empresário com maiores chances de suceder Carlos Eduardo Moreira Ferreira na presidência da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
As eleições só ocorrerão em meados de 1998, mas as articulações de bastidores estão sendo feitas intensamente neste início de ano.
Com exceção de Furlan, que não assume o papel de candidato mas é sempre citado como opção viável, os demais já estão fazendo contatos em busca de apoio.
Sem opositores
Ao que tudo indica, essa será uma eleição sem candidato com perfil de oposicionista. Ou seja, o que esses aspirantes pretendem é obter o apoio -e a indicação- de Moreira Ferreira, que será o principal eleitor nesse pleito.
Joseph Couri foi o primeiro a sair a campo. Ele atua com desenvoltura no interior, fazendo duas viagens semanais para buscar apoios nos redutos que fortaleceram Moreira Ferreira na disputa com Emerson Kapaz (numa campanha que quase dividiu a Fiesp).
Lafer Piva trabalha discretamente. Até pouco tempo, via seu nome ser citado entre os "presidenciáveis", sem tomar a iniciativa de caçar adeptos. Foi procurado por vários empresários influentes e -embora não admita abertamente- é candidatíssimo.
Sem surpresas
Não deverá sair nenhum candidato-surpresa do grupo "Novo Ciesp" (no qual se destacam Mario Bernardini, Adauto Ponte e Cássio Vecchiatti). O apoio desse grupo foi decisivo para a primeira vitória de Moreira Ferreira.
Embora isolado e com espaço reduzido na entidade, o "Novo Ciesp" continua coerente na defesa de programas, em vez de nomes. Seu apoio deverá ser procurado, pois seus líderes são bons de voto e eficientes em campanha.
O PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) continua distante da Fiesp, berço do movimento. O PNBE partiu para ocupar espaço próprio e ampliou sua base em outros segmentos do empresariado nacional (principalmente no setor de serviços).
Outros industriais citados (como Nildo Masini e Sérgio Magalhães) deverão ter peso na composição de apoios, mas não teriam cacife (ou interesse) para pleitear o comando da pirâmide da avenida Paulista.
Sem pressa
Moreira Ferreira estimula os entendimentos e deverá adiar o mais possível a confirmação do seu apoio. Uma indicação, agora, dificultaria o final de sua gestão, com natural perda de poder.
O acerto da sua escolha, se conseguir "fazer o sucessor", poderá facilitar seu futuro numa entidade maior, como a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

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