São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 1997
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Diversificação volta a ser o melhor negócio

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A mudança de perfil dos investidores brasileiros finalmente ressuscita a velha prática da diversificação. Colocar todos os ovos na cesta da renda fixa era praticamente irresistível quando os juros do Plano Real alcançavam a Lua, mas agora a situação é outra.
"A diversificação dos investimentos é saudável para qualquer carteira. Agora que os juros caíram, entrou a CPMF e as Bolsas dispararam, os investidores perceberam isso", diz Álvaro Armond, diretor da empresa de investimentos do Lloyds Bank.
A taxa real de juros (além da inflação), que superava os 25% em janeiro de 95 (média de 12 meses), caiu para 16% em dezembro. A Bolsa subiu 64% em São Paulo em 96 e neste ano alcança valorização de 10%.
Para fugir do marasmo da renda fixa, há diversos tipos de fundo, cada um destinado ao risco que o investidor quer correr.
Os fundos de ações carteira livre, vedetes dos novos tempos, combinam ações (mínimo 51%) e renda fixa (máximo 49%). Neles, o imposto de Renda sobre os ganhos de capital é de 10%, contra 15% nos demais fundos. Há desde fundos agressivos (com até 100% em Bolsa) e outros com potencial limitado de perdas -nunca se tira menos do que se investiu- e boas chances de superar a renda fixa quando a Bolsa sobe.
"Esses fundos são ideais para os investidores que já levaram traulitada com ações e querem garantir seu capital", explica Armond.
Outros tipos para quem quer ir além são os FIFs (Fundos de Investimento Financeiro) de 60 dias com fatias de até 20% de exposição nos mercados de derivativos -onde se negociam contratos futuros de ações, dólar, juros e "commodities".
O Banco de Boston é outro que percebeu a tendência do brasileiro em direção ao risco. No Boston Futuro Programado, que combina aplicações em poupança, renda fixa e ações, conforme o perfil do investidor, o percentual de depósitos destinados às Bolsas cresceu de 10%, há um ano, para 20%.
"Com a estabilidade, as pessoas começam a pensar em aplicações de longo prazo. Em cinco anos, as oscilações bruscas das Bolsas acabam se anulando", diz Fábio Nogueira, diretor do Boston.
(MG)

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