São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 1997
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Manias do Passado

Com preço menor, 'ex-febres' mantêm fiéis praticantes

CLAUDIA ASSEF
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O cantor Sidney Magal saiu do ostracismo em 1990 com uma fórmula simples: pegou uma onda quentíssima chamada lambada.
Não foi o único. Empresários abriram lambaterias por toda parte, mas a moda passou, as lambaterias fecharam, e os discos de Magal passaram a encalhar.
Mas a lambada, quem diria, ainda pode ser dançada em São Paulo, que tem uma casa especializada nessa dança da família "rala-coxa". Foi uma dessas ondas que passam, mas que deixam rastros.
No verão passado, foi o kart, que ainda domina, apesar de viver seu momento de refluxo. Autorama, paintball, streaptease masculino, boliche, patinação no gelo, patins in-line. Tudo isso já foi "febre" e ainda pode ser encontrado na cidade (veja quadro nesta página).
O boliche chegou ao Brasil no final da década de 60. No início dos anos 70, os boliches, com suas pistas irregulares e meninos para arrumar os pinos, ficavam lotados.
Ao longo da década, a mania foi passando. Em 1983, foi inaugurado o Bowling, no Morumbi Shopping, que reavivou o esporte de Fred Flintstone por alguns anos.
Segundo o gerente do boliche, Fernando Bonelli, 33, a maneira de atrair os clientes é fazer promoções. "O preço já caiu muito desde a inauguração do Bowling", diz.
O Planet Bowling inventa atrativos. Tem um restaurante japonês pertinho das pistas. O local é o maior boliche da América Latina e vai ser a sede do campeonato da Federação Paulista neste mês.
Autorama
As pistas de autorama também foram sucesso nos anos 80. Uma das mais antigas da cidade, a Parolu, no Itaim, recebe pilotos fanáticos. No Silverstone, em Pinheiros, os pilotos Ayrton Senna e Rubens Barrichello tiraram "pegas". O local promove campeonatos todas as segundas-feiras.
Apesar do calor dos trópicos, a patinação no gelo chegou a emplacar na cidade. A pista que ficava no Morumbi Shopping embalava a paquera nos anos 80.
Há pouco mais de um mês, o treinador de patinação Roberto Guimarães, 36, inaugurou, com mais um sócio, o Fly on Ice, pista que funciona no shopping center Matarazzo. Ele espera que a patinação no gelo emplaque de novo, mas, até agora, o local tem recebido 900 pessoas por fim-de-semana, 30% de sua capacidade.
O patins in-line, mais veloz que o convencional, saiu das ruas de Nova York para ganhar o mundo no início da década de 90.
Em 1994 foi inaugurado o Rollerbrothers, maior rinque do gênero da América Latina. Seu administrador, Christian Pimentel, 23, conta que, no auge do sucesso, recebia 6.000 pessoas por fim-de-semana. "Apesar do movimento ter caído depois que a 'moda' esfriou, temos um público fiel."
Quem não se lembra do Clube das Mulheres? Homens musculosos, com torsos nus, tiravam o sono de meninas e senhoras. Ganharam dinheiro às custas de despedidas de solteira e outras farras femininas. Atualmente, o Clube das Mulheres promove seus shows em uma boate no Jardim Paulista.

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