São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 1997 |
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Globo parece 'mexicana' na Internet
MARIANA SCALZO
Entrando na página da emissora na Internet (no endereço http://www.redeglobo.com.br), é possível chegar à Divisão Internacional de Vendas. Ali, estão expostos novelas, minisséries e musicais -velhos conhecidos do público. A surpresa vem na forma da apresentação dos produtos. Saem as vinhetas modernas de Hans Donner e entram montagens fotográficas com os personagens presentes nas tramas, desenhadas como capas de romances de Sidney Sheldon. A apresentação para o mercado externo destoa, muito, do padrão global ao que o país está acostumado. Parece mais um enlatado norte-americano ou mexicano. A trama "Explode Coração", de Glória Perez, é "Gypsy Heart", na versão em inglês, e "Corazón Gitano", na versão em espanhol. "Irmãos Coragem" é "The Brothers Coragem". Os textos com as sinopses das novelas ganham um ar dramático exagerado, comum ao folhetim tradicional, e distante do que vai ao ar na Globo. Mas as produções não são alteradas para a venda no exterior. "O que a gente faz é editar para que os produtos tenham capítulos da mesma duração. Às vezes mudamos também a trilha sonora", diz Roberto Filippelli, diretor de vendas da Globo, responsável pelos mercados da Europa, Ásia e África. Filippelli não consegue contabilizar tudo o que já vendeu nos onze anos que representa a emissora em Londres. Mas afirma que o que mais sai são as novelas. "É a especialidade da América Latina. Os norte-americanos fazem as 'soap operas', que são muito menos pretensiosas na dramaturgia", fala. Um recente sucesso de vendagem no exterior é o extinto "TV Colosso". O infantil virou "Hot Dog Channel" e foi vendido para canais de TV paga. O diretor explica que as produções da Globo completam programações e raramente são exibidas em horário nobre. Os produtos são entregues já dublados apenas para países de língua espanhola e francesa. Sobre a questão da disputa na exportação de novelas com a mexicana Televisa, Filippelli não sabe dizer quem vende mais. "Ela coloca bastante programação no exterior, mas eu não diria que vendem muito. Para a Rússia, por exemplo, ela deu vários programas de graça. A relação entre o governo mexicano e a Televisa é mais diplomática que comercial." Texto Anterior: Alegoria recria obra Próximo Texto: Associação promove evento de TV paga Índice |
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