São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 1997
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Carrinho pode ser brincadeira de marmanjo

LUCIANO SOMENZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles têm entre 25 e 40 anos, estão estabilizados financeiramente, são, na maioria das vezes, casados, mas brincam de carrinho.
O número de pessoas que tem o plastimodelismo e o automodelismo como hobby é grande no país.
O plastimodelista é aquele que compra um kit, geralmente com mais de 50 peças, e passa horas montando uma miniatura.
Há kits de vários tamanhos (escalas). A pintura e o acabamento também são feitos pelo hobbysta.
No automodelismo, a diferença é que a miniatura montada tem um outro tipo de kit, vem com um pequeno motor e é controlada à distância por um radiotransmissor.
O prazer, segundo os aficionados, está na montagem das peças.
As duas atividades são consideradas tão sérias pelos praticantes que há em São Paulo pessoas que se reúnem só para isso na Associação Paulista de Automodelismo Radiocontrolado e no Grupo de Plastimodelismo Santos Dumont. O primeiro tem 140 associados, e o segundo, cerca de 40.
"É uma atividade que não é brinquedo", afirma categórico o analista de sistemas Paulo Pinotti, 35, praticante do plastimodelismo desde os 5.
Sua "especialidade" são veículos militares. Montou tantos que perdeu a conta de quantos tem.
Segundo Pinotti, que também é membro do grupo de plastimodelistas, num concurso realizado em dezembro houve 300 inscritos.
O comerciante Thomas Abuhanian Jr., 36, pratica o plastimodelismo e o automodelismo porque considera as atividades uma espécie de "higiene mental".
"Tenho mais de 100 miniaturas, e outras 60 ainda sem montar", diz. Abuhanian afirma que cada kit tem por volta de 2.200 peças, o suficiente para um ano de trabalho.
Apesar de também montar carrinhos de radiocontrole, ele lamenta não ter tempo para praticar a atividade em pistas apropriadas (veja quadro ao lado).
Para começar no plastimodelismo, o interessado deve dispor de cerca de R$ 500, para comprar o equipamento de pintura (um pequeno compressor com pistola).
Os kits para montagem podem custar de R$ 5 a R$ 300, dependendo do tamanho.
O engenheiro civil Pedro Tetuo Saheki, 47, abandonou sua profissão só para se dedicar aos carrinhos radiocontrolados.
Virou importador de equipamentos e de peças. No mundo do plastimodelismo e automodelismo, praticamente não há nada nacional. Segundo Saheki, um iniciante gasta, no mínimo, US$ 1.100 para montar um veículo, com cerca de 55 centímetros, controlado à distância.
Os carros têm motores de 3,5 centímetros cúbicos (cc), são movidos com um combustível à base de metanol (álcool etílico) e trafegam em pistas especiais.

Associação Paulista de Automodelismo Radiocontrolado (Aparc), tel. (011) 692-7352; Grupo de Plastimodelismo e Pesquisa Santos Dumont, tel. (011) 884-2002

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