São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997
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Excelente!

JUCA KFOURI

Nos anos 50 e 60 o campeão do Torneio Rio-São Paulo podia ser considerado o melhor do país. Hoje não.
Este Rio-São Paulo redivivo, no entanto, como os torneios de verão na Europa, acabou se transformando num belíssimo aperitivo para a temporada, muito mais interessante, por exemplo, que o Estadual do Rio, já em andamento, e o Paulista que vem aí -embora o Paulista seja incomparavelmente melhor.
O limite de faltas conferiu maior dramaticidade aos jogos e a prevalência dos mais hábeis, como os jogos entre Santos e Vasco demonstraram à exaustão.
Quem esperava uma clara superioridade paulista não a viu até mesmo nos três duelos vencidos pelos clubes de São Paulo até aqui -mesmo considerando que só um carioca passou para as semifinais.
Por ironia, a maior atração do torneio, o novo Corinthians, caiu logo de cara. Mas caiu de maneira a dar sólidas esperanças aos seus fiéis que, aliás, mostraram mais uma vez que são capazes de respaldar seu time quando há razão para isso. Afinal, 30 mil corintianos foram ao Morumbi tomar chuva e empurrar a equipe na busca de uma virada improvável.
E a massa saiu do estádio aplaudindo a boa atuação alvinegra, principalmente depois que Mirandinha entrou para ser opção de velocidade.
O Corinthians tem time outra vez e, sem trocadilho, tem banco, além de um treinador capaz de não se atrapalhar com tantas possibilidades.
Só falta, agora, como de resto falta a todos os grandes clubes brasileiros, que os profissionais tomem conta, de fato, do futebol, permitindo que as parcerias não emperrem nos velhos hábitos de quem já não tem mais nada a fazer no esporte, como se constata no Palmeiras e no próprio Corinthians.
*
E, tudo bem, o preço da liberdade é a eterna vigilância. Mas dizer que o Proer -uma medida correta apesar de derrotada na batalha da comunicação- está contratando Túlios e Bebetos é um pouco demais.
Ou os bancos que saíram do buraco devem ser proibidos de fazer propaganda?
*
Os goleiros Zetti, Rogério e Zé Carlos, Romário, Ramon e Mirandinha começaram o ano com a bola toda.
E o bem armado Fluminense -por que não?- também.
Além dos juniores do Timão e do Lousano Paulista, bons até debaixo d'água.

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