São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997 |
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PDT expulsa Dante e quatro deputados PATRICIA ZORZAN PATRICIA ZORZAN; WILSON TOSTA
Apesar da orientação do Diretório Nacional condenando a emenda, o governador circulou ontem pelo Congresso pedindo votos para o governo. Cinco deputados pedetistas ainda votaram a favor do direito de FHC disputar um novo mandato. O comportamento foi considerado "transgressão gravíssima" pela Comissão de Ética do partido. O líder do PDT na Câmara, deputado Matheus Schmidt (PDT-RS), acusou os parlamentares dissidentes de terem sido comprados pelo governo: "Só pode ter sido pressão. FHC conversou com eles. Não sei o que receberam. São coisas muito pessoais e eu não entrei nessa parte dos negócios escusos", disse Schmidt. O líder afirmou que contava com a obstrução de todos os 25 deputados de sua bancada, conforme estratégia traçada pela esquerda para tentar barrar a reeleição. Mesmo assim, admitiu que os votos favoráveis ao governo não foram uma surpresa. "Cada líder fez uma estimativa em sua bancada e chegamos aos 220 nomes divulgados. Mas a carne é fraca e, nesse momento, muitos acabam se entregando." Schmidt explicou que o voto favorável de Eurípedes Miranda (RO) não podia ser considerado um ato desobediência. "Ele disse que era a favor da tese, mas que respeitaria a decisão do partido. O voto dele foi computado errado." Penúria O líder criticou o comportamento do presidente no episódio. "Não tem cabimento o governador Dante tomar uma posição ostensivamente contrária à nossa. Mas, se eu pudesse, aplicaria uma penalidade ao presidente, que se prevaleceu da penúria de alguns Estados para pressionar os governadores", disse. Segundo Carlos Lupi, da Executiva pedetista, só na atual legislatura, o partido já expulsou cerca de 10 deputados por desobediência. "Infelizmente, o que aconteceu não foi surpresa. Mas acreditávamos que eles poderiam ter consciência de seus compromissos e não avançassem nas negociações pessoais", afirmou. Além do governador do Mato Grosso, foram expulsos os deputados Wilson Braga (PB), Luíz Durão (ES), Vicente André Gomes (PE) e Serafim Venzon (SC). Brizola O presidente do PDT, Leonel Brizola, disse ontem no Rio que o governador Dante de Oliveira "transformou-se num lobby, a pressionar e corromper os seus próprios companheiros". Segundo Brizola, o PDT precisa se "limpar da presença de traidores" -categoria em que passou a classificar os pedetistas que votaram na emenda. "Votar contra a reeleição era uma questão fechada pelo diretório nacional", disse ele. Colaborou Wilson Tosta, da Sucursal do Rio Texto Anterior: O que dizem os deputados que mudaram seu voto Próximo Texto: Deputados cobram FHC por seus votos Índice |
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