São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997
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Líderes governistas fecham restaurante

PAULO SILVA PINTO; RICARDO AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes governistas fecharam ontem o restaurante Piantella, ponto de encontro de políticos, para comemorar a vitória na reeleição.
O assunto principal das mesas era o susto que o governo tinha levado durante a votação.
Ao chegar ao restaurante, o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), fez o seguinte comentário, em tom de alívio:
"A votação não foi tranquila. O momento mais tenso foi quando eu vi deputados no plenário que tinham assumido o compromisso de votar a favor, mas que não registravam presença."
Ele comentou que procurou saber por que os deputados estavam adotando aquela postura e os governadores presentes "trabalharam" os governistas.
A festa dos governistas provocou um congestionamento na rua de acesso ao Piantella. Os pefelistas lotaram o piso inferior do restaurante. Os líderes tucanos ficaram no andar de cima.
"Agora é hora de relaxar. Chega de reeleição. Quero encontrar o meu amigo Johnnie Walker (marca de uísque escocês)", disse o líder do governo, Benito Gama (PFL-BA), ao chegar.
A mesa que mais chamava a atenção era a formada por Luís Eduardo, Benito Gama, Moreira Franco (PMDB-RJ) e Pauderney Avelino (PPB-AM).
O deputado e ministro de Assuntos Políticos Luiz Carlos Santos (PMDB-SP) ficou em uma mesa ao lado. O ministro chegou acompanhado da mulher e da filha ao restaurante.
Ontem, no plenário da Câmara, a maioria dos líderes estava com aparência indisposta durante a votação dos destaques à emenda aprovada.
"É fácil identificar como os deputados votaram ontem. Os da oposição estão com a pele bonita, descansados. Já os que votaram a favor estão de ressaca", comentou o deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), secretário-geral do partido, que havia tomado sete doses de uísque durante a comemoração dos governistas.
Na noite de terça-feira, o presidente nacional do PFL, deputado José Jorge (PE), era um dos mais empolgados com o resultado.
Além da vitória política, ele embolsou R$ 800 de uma aposta sobre o placar da reeleição (seu palpite foi de 340 votos pró, o mais próximo dos 336 finais).
Jorge e Virgílio, antes de chegarem ao Piantella, tomaram champanhe com Fernando Henrique Cardoso e quatro ministros, no Palácio da Alvorada.
Às 2h de ontem, chegaram ao Piantella o ministro Sergio Motta (Comunicações) e o senador tucano José Serra (SP).
A oposição tinha um enclave no território governista: a mesa com os pedetistas Miro Teixeira (RJ) e Sérgio Carneiro (BA).

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