São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bancos e corretoras lucraram

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um relatório parcial do Banco Central encaminhado à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado que investiga a emissão de títulos públicos informa que 24 bancos e corretoras lucraram R$ 52,25 milhões em operações com papéis emitidos para o pagamento de precatórios.
Não há nenhuma prova contra as empresas citadas no relatório.
Uma das linhas de trabalho da CPI é tentar demonstrar que os lucros são muito elevados para parte das empresas, porque algumas delas não teriam capital suficiente para sustentar as operações.
A CPI também suspeita que diversas das empresas listadas pelo BC possam ser "laranjas".
As empresas com baixo capital e os "laranjas" ainda não foram identificados de fato pela comissão.
Os "laranjas" teriam sido criados para realizar as operações de compra e venda dos títulos, repassando a lucratividade para outras instituições financeiras.
Os bancos e as corretoras conseguem lucrar com os títulos públicos porque eles são comprados com uma alta taxa de desconto. Em seguida, são revendidos com um desconto inferior para outras instituições.
O relator da CPI, senador Roberto Requião (PMDB-SP), acredita que essa ação é cartelizada: ninguém se interessa pela oferta inicial de Estados e municípios, forçando um desconto elevado por parte dos vendedores.
Santa Catarina
O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC), novo integrante da CPI dos Precatórios, pode ter que dar explicações a seus colegas de comissão.
Governador em exercício de Santa Catarina em 1988, Maldaner teria assinado um despacho concordando com o parcelamento dos precatórios existentes contra o Estado, conforme determinava uma ordem de serviço assinada pelo então secretário da Fazenda e hoje governador, Paulo Afonso Vieira.

Texto Anterior: MST pede sermão contra fazendeiros
Próximo Texto: CPI dos precatórios deve convocar Pitta
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.