São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997 |
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Empurra-empurra faz lixo 'brotar' em SP
MAURO TAGLIAFERRI
Essa "geração espontânea" da sujeira paulistana tem, no entanto, explicações que vão dos hábitos da população até o fracasso no sistema de coleta atual. Para Venturelli, a saída está em aplicar multas; para professores universitários, a educação é o único remédio. Enquanto isso, os habitantes "empurram", de uns para os outros, o lixo. Para a sujeira da praça da Sé (caixas de papelão e madeira, copos de plástico, cascas de frutas, lâmpadas, cigarro), todos têm explicação, mas ninguém tem culpa. Na calçada em frente ao Empório Doce (praça da Sé, 403) havia caixas de papelão ontem de manhã. "Elas ficam lá para os catadores recolherem. Se a gente não colocar ali, eles passam direto, pensam que não tem nada", disse Roberto de Lima, funcionário do armazém. Também na Sé, o ambulante Seidiner Frigério jogou folhas para embalar maçãs na calçada. "Como a menina do lixo está para passar, deixei ali para ela pegar." O camelô João Joaquim do Nascimento varria o chão e jogava a sujeira no meio-fio. "Precisa pôr alguma coisa onde jogar o lixo." Nascimento colaborava, assim, para deixar as sarjetas da praça ainda mais cheias de papel, latas e caixas de papelão que, se não forem varridos, serão levados pela enxurrada e entupirão bueiros. Foi o que aconteceu no bueiro perante a loja de máquinas de costura China Máquinas, na rua José Paulino (centro). Empregados da loja disseram que a rua alaga devido ao entupimento. Junto e dentro do bueiro, entretanto, havia caixas de isopor soltas, semelhantes às usadas pela loja para embalar as máquinas. Os funcionários negaram que as tenham jogado ali. Texto Anterior: SP entra com recurso pelo IPTU Próximo Texto: Especialistas pedem educação Índice |
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