São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997 |
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Rio-São Paulo bate recordes técnicos
VALMIR STORTI
A mudança não só reduziu à metade o número médio de faltas como atingiu vários outros aspectos das partidas de futebol. Como o jogo pára menos, as partidas estão tendo maior tempo útil, o que está permitindo às equipes chutarem mais vezes no gol. O receio da punição pelo alto número de faltas está afrouxando a marcação e permitindo que os jogadores passem melhor. Essa competição tem média de aproveitamento de passes de 82,9%, batendo a marca alcançada na Copa de 94, de 81,8%. É necessário lembrar que a Copa foi disputada com os atletas no auge da forma física, enquanto, agora, os clubes estão começando a se preparar fisicamente. Declínio Como já se esperava, com uma medida mais enérgica contra a falta, a redução foi imediata. No último Campeonato Brasileiro, terminado em dezembro passado, eram marcadas 50 faltas por partida, o que é quase uma constante nos últimos anos: variaram entre 46 e 52 por jogo. Passadas dez partidas do Rio-São Paulo, a média está em 26,8 por partida. O regulamento da competição prevê que a 15ª falta cometida por uma equipe seja punida com um tiro livre direto, sem barreira, o que se repetirá a cada nova infração que ocorra em seu campo de defesa. Divergências Nem mesmo a diminuição da violência nas partidas foi suficiente para tornar essa medida uma unanimidade. "Não concordo com essa regra porque, apesar de reduzir o número de faltas, não mostra a realidade da partida, já que distorce seu resultado", afirmou Márcio Araújo, técnico interino do Palmeiras. O treinador Wanderley Luxemburgo, do Santos, também tem se mostrado contrário à inovação. "Esse regulamento está fazendo com que os jogadores fiquem o tempo todo tentando cavar uma falta." Em seus três jogos, a equipe tem uma média de 15,7 faltas cometidas, menor apenas do que a do Botafogo, 16, que foi eliminado da competição pelo Palmeiras exatamente com um gol marcado em uma dessas cobranças. "Essa mudança privilegia os bons jogadores", diz Muricy Ramalho, técnico do São Paulo. A diminuição das faltas elevou para 58 minutos e 46 segundos o tempo de bola em jogo. A melhor marca constatada pelo Datafolha até então era de 55 minutos e 26 segundos, no Campeonato Paulista do ano passado. Próximo Texto: Paulistano vai ganhar disque-ingresso Índice |
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