São Paulo, terça-feira, 7 de outubro de 1997 |
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SP aprova programa de câncer na próstata
NOELLY RUSSO
O projeto, do deputado Milton Flávio (PSDB-SP), prevê que todos os hospitais e centros de saúde da rede pública realizem de forma rotineira e gratuita o exame para detecção da doença. Flávio, que é professor na Faculdade de Medicina de Botucatu e urologista, pretende tornar o exame um procedimento de rotina. "Os homens ainda têm preconceito para realizar o exame de toque retal. Eles alegam, entre outras coisas, que o exame é doloroso, invasivo e interfere na masculinidade. Temos de mudar esse quadro", diz. Além do exame de toque retal (que pode ser realizado no consultório e consiste em o médico apalpar a próstata por via anal), existem outros, como o PSA (exame de sangue) e um outro que pode ser feito por ultra-sonografia. "O câncer de próstata começa a aparecer depois dos 50 anos. Entre 50 e 60 anos, a doença aparece em 10% dos homens. O percentual vai aumentando com a idade, de 60 a 70 é de 25%, e de 70 a 79, de 35%. Se o homem vivesse indefinidamente, provavelmente todos eles apresentariam a doença, quando fizessem 100 anos." Flávio diz não haver estatísticas brasileiras confiáveis para determinar o número de doentes. "Fazemos um paralelo com os Estados Unidos, onde 20% dos homens têm câncer de próstata. Ainda segundo esses parâmetros, cerca de 200 mil homens devem desenvolver a doença durante este ano." O programa foi encaminhado para o governador Mário Covas, que tem prazo de 30 dias para sancionar ou vetar o texto. O primeiro passo prevê o treinamento dos profissionais da área da saúde para a realização dos exames. "O procedimento é simples. Estudantes de medicina do quarto ano já conseguem executá-lo. Qualquer médico tem condição de fazê-lo", diz Flávio. Segundo ele, o objetivo é tornar o exame comum como o papanicolau (exame ginecológico para prevenção de câncer no útero). Texto Anterior: Organização alerta contra o hantavírus Próximo Texto: Sonolência pode durar até 7 dias Índice |
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