São Paulo, terça-feira, 7 de outubro de 1997
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Cesta básica leva 70,78% do mínimo

Dieese pesquisa 16 capitais

GABRIEL J.DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

O reajuste do salário mínimo de R$ 112 para 120 foi considerado insignificante em maio passado, quando foi concedido, mas permitiu ganho real se o parâmetro for a cesta básica de alimentos. Ou seja, compra mais produtos essenciais hoje do que há um ano.
Pesquisa divulgada ontem pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra que em setembro, na média de 16 capitais, o trabalhador comprometeu 70,78% do salário mínimo líquido (R$ 110,40, após o desconto de 8% para o INSS) só para comprar a cesta.
Há um ano, quando o salário mínimo estava fixado em R$ 112, a compra dos produtos da cesta básica comprometia 79,40% do líquido (R$ 103,04) recebido por trabalhadores nessa faixa de renda, informa o Dieese.
Isso não significa que o salário mínimo tenha um valor satisfatório. O Dieese estima em R$ 776,42 mensais o mínimo que seria necessário à manutenção de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças).
Para chegar ao mínimo de R$ 776,42 -impraticável a curto e médio prazos, devido aos efeitos sobre a economia-, o órgão tomou como referência a cesta básica apurada em Curitiba (PR), no valor de R$ 92,42.
A cesta básica na capital paranaense foi, em setembro, a mais cara do país, entre as 16 pesquisadas pelo Dieese. Superou, pela primeira vez em 19 meses, a cidade de São Paulo (R$ 91,14).
Essa troca de posição na liderança da cidade mais cara ocorreu, segundo o Dieese, porque em setembro o custo da ração essencial caiu 0,35% em São Paulo e subiu 1,24% em Curitiba.
A cidade com a cesta básica mais barata em setembro foi Fortaleza (CE), com custo de R$ 65,05. Outras capitais do Norte e Nordeste também têm cestas com valor menor do que no Sul e no Sudeste.
Enquanto em Curitiba o trabalhador de salário mínimo gasta 83,71% para comprar a cesta, cumprindo para isso uma jornada de 169 horas e 26 minutos, em Fortaleza o comprometimento é de 58,92%, e o tempo exigido, de 119 horas e 16 minutos. (GJC)

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