São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997
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O PMDB se movimenta

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - O PMDB, partido cuja morte foi anunciada diversas vezes, continua a se movimentar em relação ao quadro eleitoral do ano que vem.
Hoje à noite, aqui em Brasília, os peemedebistas que são a favor do governo farão uma ampla pajelança.
Estarão presentes governadores do partido e outros defensores da aliança com FHC para o ano que vem. É improvável que o encontro resulte numa decisão final.
Os presentes não terão poder de fogo para decidir. Precisam convocar uma convenção nacional do partido. Têm medo de fazer isso. Poderiam perder para a tese da candidatura própria.
Convocar uma convenção nacional no PMDB é até fácil. Basta a assinatura de um terço dos presidentes do partido nos Estados.
Se fosse verdade que as tais bases estão divididas -entre apoiar FHC e ter um candidato próprio-, tanto governistas como independentes poderiam convocar já uma convenção. Só que ninguém faz isso. Querem ir para a disputa com certeza de vitória.
Dada essa conjuntura, logo mais à noite, os peemedebistas a favor do governo concluirão algo simples: 1) seria ótimo ter o partido aderindo já a FHC; 2) isso é impraticável agora, pois faltam votos internos e 3) é preciso ganhar posições nos Estados.
"Acho que até dezembro é possível fazer a convenção. O partido está no governo e seria ético tomar uma posição o mais rapidamente possível", diz o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que é favorável a uma aliança com FHC.
O presidente do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), que defende a candidatura própria, concorda com a data: "Sempre defendi uma convenção até dezembro. Mas é difícil dizer agora que isso será possível".
Conclusão: a convenção do PMDB só sai em dezembro se um dos dois lados tiver certeza absoluta de vitória. Caso contrário, todos enrolam até 98.
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Dá-lhe patriotada. Já se diz que os EUA "reconheceram" Santos Dumont como o pai da aviação. Agora vai.

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