São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997 |
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GO tenta passá-la
MAÉRCIO SANTAMARINA
Atletas dos mais diferentes lugares, de Porto Alegre (RS) a Porto Velho (RO), integram o único time que representa o Centro-Oeste no Brasileiro-97, o Goiás. O time atrai principalmente jogadores de locais que não têm clubes no campeonato. Eles representam 19,23% da mão-de-obra da equipe, o maior índice entre os 26 clubes que disputam o Brasileiro -a média é de 6%-, segundo levantamento feito pela Folha. "A estratégia do Goiás é manter olheiros em locais onde não há times de tradição", afirma o coordenador do departamento semiprofissional do clube, Jailton Raimundo Santos, responsável pela revelação de Túlio, do Vitória, e Lúcio, do Flamengo, entre outros. O gerente de futebol do Goiás, Altamiro Gonçalves, diz que o objetivo é revelar e vender jogadores. Em 96, o clube investiu cerca de R$ 2 milhões em contratações e faturou R$ 7,8 milhões com vendas. É do Goiás o único jogador nascido no Estado de Rondônia que disputa o Brasileiro-97: o lateral-esquerdo Ronildo. "Se tivesse ficado em Rondônia, não teria oportunidade", diz ele, que sonha em jogar no São Paulo. O atacante Dill, que nasceu em São Luís (MA) e viveu em Brasília desde os 3 anos, afirma que nos dois lugares o futebol é fraco. "Torço para algum time de lá subir e valorizar o futebol." O atacante Aloísio, um dos destaques do Goiás, já partiu para a ação com o mesmo objetivo. Descoberto jogando pelada de rua em Atalaia (AL), hoje ele contribui com um clube da cidade. O zagueiro Jozival, 18, de Marabá (PA), não esperou por olheiro. Ele próprio resolveu sair de casa para tentar a sorte no Goiás e diz que só volta para visitar a família depois que obtiver algum sucesso. Entre a minoria goiana do time, o goleiro Kléber e o atacante Fernando dizem que já chegaram a sofrer discriminação. O técnico Amado Bucar, um dos poucos treinadores do Goiás nascidos no próprio Estado, diz que sente mais garra entre os jogadores goianos. "Quem é daqui parece que ama mais o time. Dos 'estrangeiros', é preciso cobrar mais." Texto Anterior: PR limita fronteira Índice |
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