São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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Clube reúne ex-casados em bares de BH

FÁBIA PRATES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Homens e mulheres separados da capital mineira montaram o Clube dos Descasados de Belo Horizonte -uma associação que reúne pessoas de várias faixas etárias em bares da cidade.
Todas as quartas-feiras, eles se encontram com o objetivo de se divertir, conhecer novos "agregados" e conversar sobre a vida em comum.
"Muitas pessoas que participaram de um casamento têm inúmeras dificuldades de readaptação social. Não sabem para onde ir porque só conhecem casais", disse o advogado Romualdo Cançado, 63, um dos idealizadores.
Segundo ele, o grupo surge para criar "contatos imediatos para evitar relações prematuras e precoces". "É um período de readaptação para a pessoa ficar pronta para novos relacionamentos", afirmou.
Ele e dois amigos tiveram a idéia de reunir descasados para trocar experiências. O primeiro encontro, em março deste ano, reuniu 18 ex-casados entre homens e mulheres. Hoje, o clube tem cadastro com mais de 600 nomes.
Os participantes -de classe média e a maioria com curso superior- fazem do encontro uma festa. Na última quarta-feira, o grupo se reuniu no bar Esopo -um bar caro, bem decorado e espaçoso no bairro Funcionários (região nobre da cidade).
Cerca de 250 integrantes do clube participaram das últimas reuniões. Outro criador do grupo, o advogado José Luiz Lopes, 46, disse que dificilmente os encontros conseguem reunir todos os 600 participantes de uma só vez.
Não há obrigatoriedade de presença nem de horário. Eles vão aos encontros de acordo com a disponibilidade na semana.
Segundo Lopes, 90% dos atuais integrantes não se conheciam antes. Os encontros são ponto de partida para novos grupos.
As pessoas se conhecem nos bares, ficam amigas e criam pequenos subgrupos para outros programas em comum, como viagens e festas.
"O grupo ajuda muito as pessoas a se reencontrarem. Ser separado não é fato novo, mas há constrangimento em dizer que é separado. Aqui não, há muito carinho entre as pessoas porque todo mundo sofreu com a separação", disse.
Cançado afirmou que a única exigência para se entrar no grupo é ter passado pela experiência do casamento: "Não há regulamento".
Segundo ele, é cobrado também uma mensalidade de R$ 3 para suprir gastos com telefone e uma secretária, disponíveis no seu escritório para atender os participantes e receber novos adeptos.
Cançado disse também que o homem ou mulher que tiver procurado o grupo primeiro pode optar pela entrada ou não do ex-companheiro, caso este queira entrar no grupo.
Se a entrada for indesejada, o primeiro associado tem o direito de vetar o ex-parceiro.
O telefone de contato do clube é (031) 273-5270, das 13h às 18h.

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