São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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Nasa e Inpe selam acordo para estudar Amazônia

MARIA REGINA ALMEIDA
DA FOLHA VALE

A Nasa (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA) formalizou na semana passada sua participação no projeto de estudos na Amazônia coordenado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos (97 km a nordeste de SP).
A assinatura do acordo foi feita pelo presidente da Nasa, Daniel Goldin, e o ministro da Ciência e Tecnologia, Israel Vargas, durante a visita da comitiva do presidente Bill Clinton ao Brasil.
A Nasa vai participar do projeto emprestando um avião para missões de sensoriamento remoto (observação da Terra por meio de aparelhos especiais) e participando dos estudos.
O projeto, denominado de LBA (Experimento de Larga Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), envolve US$ 80 milhões em recursos.
A proposta do LBA é reunir pela primeira vez vários tipos de pesquisa na Amazônia, entre elas, estudos climáticos, hídricos, biogeoquímicos e ecológicos.
Duzentos profissionais -entre cientistas e técnicos- de 12 países fazem parte do comitê científico do LBA. O programa será desenvolvido até 2002.
Segundo o Inpe, o objetivo central do projeto é gerar conhecimentos para a criação de políticas de desenvolvimento sustentável para a Amazônia.
O desenvolvimento sustentável significa a exploração dos recursos da Amazônia para atender as necessidades da população, mas com preservação natural da floresta.
Metas
O plano elaborado para o LBA prevê atingir duas metas científicas, consideradas fundamentais pelos pesquisados.
A primeira é obter um quadro atual do funcionamento da Amazônia, levando em conta os seus ecossistemas interligados e as relações entre solo, vegetação, água e clima. Segundo o Inpe, a área abrangida é de 7 milhões de quilômetros quadrados -que representa quase a metade das florestas úmidas existentes no mundo, além de cerrado.
A segunda meta pretendida pelos pesquisadores é saber de que forma as mudanças decorrentes da ação do homem sobre a floresta irão afetar o funcionamento biológico, químico e físico da Amazônia, além das repercussões no clima regional e mundial.
Integrantes
Os 27 cientistas que integram o LBA se reuniram no Inpe em junho para traçar as as diretrizes do projeto. O grupo também fez uma pré-seleção das áreas de concentração da pesquisa.
Uma das diretrizes definidas para o projeto é a formação de especialistas em ciências ambientais, desde o nível técnico até o pós-doutorado. O programa de treinamento e educação do LBA começa este ano e vai continuar após o término dos experimentos.

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