São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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Abrindo um fosso; Círculo vicioso; Esticando prestações; Tirando o atraso; Medidas pontuais; "Made in Brazil'; A volta do cão; Fôlego curto; Fora do padrão; Com muita reza; Manual de sobrevivência; Guerra de gigantes; Contrato expirado; Dinheiro aos tubos; Em alta

Abrindo um fosso
Desde o início deste ano, enquanto o faturamento real do comércio paulista despenca, o nível de endividamento das pessoas físicas cresce acentuadamente. Desde o Real, as curvas andavam coladas.

Círculo vicioso
"Desde a crise da inadimplência, em março, pessoas têm tomado empréstimos para pagar dívidas e não mais para fazer novas compras", diz o economista-chefe do Unibanco, Tomás Málaga.

Esticando prestações
Málaga afirma que existe ainda um outro fator que explica o fosso: o alongamento dos prazos do crediário, o que aumenta o estoque. Na média, o prazo das dívidas de pessoas físicas passou de cinco meses para oito meses.

Tirando o atraso
Para os analistas, o aumento sazonal da massa salarial no segundo semestre vai permitir redução das dívidas. Ou seja, parte do 13º já está comprometida e as vendas no Natal deste ano devem ser menores do que as registradas em 96.

Medidas pontuais
Para o BankBoston, o governo aposta na utilização de instrumentos setoriais para viabilizar a transição de uma etapa de crescimento com base no consumo para outra amparada nos investimentos.

"Made in Brazil"
Contando com o know-how de Synésio da Costa, da Abrinq, empresários como Mario Adler, Max Feffer e Boris Tabacof articulam um novo grupo, o "Buy Brasil", de defesa do produto nacional.

A volta do cão
Os novos controladores da Cofap, representando a Magneti Marelli, estiveram reunidos sexta-feira com Washington Olivetto, da W/Brasil. Disseram considerar o cachorrinho um patrimônio da Cofap e querem uma nova campanha com ele até o final do ano. A última campanha do cachorrinho foi ao ar em 1992.

Fôlego curto
O emprego cresce na Grande São Paulo em setembro, outubro, novembro e dezembro deste ano, como acontece sazonalmente. Mas isso não vai evitar que a taxa média de desemprego de 97 fique acima dos 15,1% verificados em 96, diz Sérgio Mendonça, do Dieese.

Fora do padrão
"Tivemos um agosto atípico, com o desemprego crescendo sobre julho pela primeira vez desde 92, quando o país estava em uma recessão brava", diz Mendonça.

Com muita reza
Mendonça acha que as privatizações e a construção civil, se o governo estiver certo, podem ter efeito positivo sobre o emprego em 98. "Mas é otimismo demais crer em reversão na tendência de aumento do desemprego com crescimento econômico de 3% a 4% no ano."

Manual de sobrevivência
Edson Vaz Musa, presidente do conselho da Unipar, não tem dúvidas: o setor petroquímico no Brasil não pode continuar pulverizado sob pena de sucumbir à concorrência internacional. "Existe espaço para só dois grupos no setor. Um deles é a Odebrecht", diz.

Guerra de gigantes
A Unipar é uma das empresas do pólo petroquímico do Rio (junto com a Suzano e a Petroquímica da Bahia), enquanto a OPP Petroquímica, do Grupo Odebrecht, lidera o pólo de Paulínia. Cláusulas do contrato entre a OPP e a Petrobrás permanecem em discussão.

Contrato expirado
Segundo Eduardo Tonooka, da MA Consultores, o setor de saneamento básico começa a mudar em 98. Na década de 70, dos 5.000 municípios brasileiros, mais de 3.700 fizeram contratos concedendo os direitos de exploração às companhias estaduais por até 30 anos.

Dinheiro aos tubos
Tonooka lembra que o BNDES estima que serão necessários US$ 2,5 bilhões por ano nos próximos 15 anos para a modernização do setor e que o modelo de privatização, elaborado por consórcio liderado pelo Banco Graphus, deve ser apresentado em novembro.

Em alta
Os preços no varejo subiram 0,44% na segunda semana de outubro, informa a federação do comércio paulista. As maiores altas: comércio automotivo (1,6%) e bens semiduráveis (0,98%).

E-mail:±painelsa@uol.com.br

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