São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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Mudar de cidade pode ter preço alto

Nem sempre o profissional e a família se adaptam

DA REPORTAGEM LOCAL

O movimento migratório dos profissionais para fora dos grandes centros é crescente. Mas até que ponto migrar vale a pena?
Consultores de recursos humanos, "headhunters" e profissionais afirmam que, em geral, vale a pena, já que essa é uma tendência no mundo dos negócios.
A dica básica é que o executivo, ao receber uma proposta, deve colocar um olho na carreira e o outro na vida pessoal. "A mudança envolve risco profissional e familiar", afirma o consultor Simon Franco, 58.
A "fantasia da qualidade de vida" também costuma trapacear os migrantes, afirma o consultor Laerte Cordeiro, 67. "O choque de culturas regionais e empresariais é grande", afirma.
Márcia Lapastina, 44, diretora de assuntos corporativos da Novarts, entende do assunto. "É uma experiência desastrosa para pessoas urbanas como eu."
Márcia morou e trabalhou em Sumaré (130 km de São Paulo) durante quatro anos e acabou voltando para São Paulo. "Sinto falta da loucura da cidade."
A psicóloga Cláudia Saad, 33, coordenadora de projetos da Manager Assessoria em Recursos Humanos, lembra também que, se a família não estiver preparada para a mudança, a chance de dar certo é muito pequena.
Walter Bugelli Filho, 38, gerente nacional de distribuição da Garoto, não quis arriscar. Mudou para Vila Velha (ES) há um ano, mas a família ficou em São Paulo. Sua mulher tem uma carreira e quer tempo para mudar.
Consultores alertam que o executivo tem de se manter atualizado e em contato com seu círculo profissional, senão se isolará.
"Participar de palestras, seminários e congressos é importante para não perder contato com o mercado", afirma Cordeiro.

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