São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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Escritora une avós, filhos, netos e bisnetos

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A escritora de livros infantis Tatiana Belinky, 78, conseguiu algo incomum em uma cidade como São Paulo: morar grudada aos filhos, netos e bisnetos.
Quando sua família veio da Rússia, em 1929, Tatiana tinha 10 anos. Morava, junto com seus pais e dois irmãos, em um casarão no bairro da Bela Vista (região central de São Paulo).
Ao se casar, mudou para o Pacaembu (zona centro), dando início à formação do clã Belinky. Seus dois irmãos logo procuraram casas na região, seguidos pelos sobrinhos.
Há mais de 40 anos em sua atual casa, Tatiana diz que foi a união entre os irmãos que fez com que conseguissem manter os familiares próximos.
"Temos muita privacidade e, quando queremos, podemos ficar juntos sem precisar andar mais que 200 metros."
Abram Belinky, 75, irmão de Tatiana, confirma: "É muito bom poder passar e dar um alô quando se tem vontade".
Uma das práticas constantes da família era o sopão na casa de Tatiana, que acontecia nos finais de tarde das sextas-feiras.
"Todos ficavam conversando até tarde. Depois cada um podia ir andando para a casa, e as crianças sempre queriam dormir na casa da avó."
Rafael Belinky Gaiarsa, 15, sobrinho-neto de Tatiana, diz que não consegue imaginar sua infância de outra maneira.
"Quando era pequeno, ficava dias morando em outras casas. Tinha companhia para todos os tipos de programa."
Felipe Martinelli Belinky, 15, neto, é o único que consegue encontrar pelo menos um lado negativo nessa proximidade.
"Por mais que todos sejam reservados, a família acaba sabendo quase tudo que acontece nas outras casas."

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