São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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Estudo propôs príons

DA REDAÇÃO

O norte-americano Stanley Prusiner, 55, professor de neurologia da Universidade da Califórnia, em San Francisco (EUA), foi anunciado no último dia 6 como ganhador do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 1997.
Em 1982, ele surpreendeu a comunidade científica com a divulgação de uma importante descoberta: a dos príons. Associados à doença da vaca louca, também conhecida como encefalopatia espongiforme bovina, esses agentes infecciosos danificavam o cérebro desses animais.
Iniciado em 1972, a partir de estudos sobre doenças degenerativas do sistema nervoso, o trabalho de Prusiner propôs uma nova compreensão dos processos infecciosos. Antes se acreditava que as infecções somente eram causadas por vírus, bactérias e outros seres possuidores de material genético.
Por serem apenas proteínas alteradas, os príons não possuem DNA (ácido desoxirribonucléico) ou RNA (ácido ribonucléico) -as moléculas que possuem as informações com as características genéticas codificadas.
Segundo Prusiner, os príons se depositam no interior dos neurônios, formando placas e provocando a morte dessas células, que compõem o sistema nervoso. As principais regiões afetadas são o hipocampo (região ligada à memória) e o cerebelo (ligado à coordenação motora).
As doenças associadas ao príon, como a Creutzfeldt-Jacob,manifestam-se pela demência e perda de coordenação motora. A forma de transmissão dos príons ainda é desconhecida. Para alguns pesquisadores, eles seriam transmitidos por um vírus não identificado.

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