São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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Coquetel anti-Aids; ISO 9002; Gigante sem berço; Modelo; Gasto questionável; Dois pesos; Visita de Clinton; Ferrovia é a opção; Avaliação da pós-graduação; Liberdade de imprensa; Festa profana

Coquetel anti-Aids
"No dia 28/8 o 'New York Times' anunciou que o coquetel anti-Aids estava falhando em 30% das 150 mil pessoas vivendo com a doença nos EUA. O dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Saúde dos EUA, afirmava, contudo, que a falência do coquetel poderia ser maior que 50%.
Infelizmente, muitas pessoas acreditaram que o coquetel era a solução mágica. Para a minha surpresa, muitos representantes da comunidade científica tiveram um excesso de entusiasmo com relação a ele.
Na ocasião, não levaram em consideração as lições aprendidas no tratamento da tuberculose e nem na experiência com o AZT. É só conferir as reportagens publicadas pela Folha há um ano. Infelizmente, entusiasmo não é ciência."
Maria Eugênia Lemos Fernandes, presidente da Associação Saúde da Família (São Paulo, SP)

ISO 9002
"Temos a grata satisfação de parabenizar a Folha e todo o quadro de pessoal pela conquista da certificação ISO 9002."
Walter Abrahão, presidente do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (São Paulo, SP)
*
"A Scania Latin America cumprimenta a Folha pela obtenção do certificado ISO 9002."
Walter Nori, vice-presidente de comunicação da Scania Latin America (São Bernardo do Campo, SP)
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"Parabéns à Folha pelo reconhecimento à qualidade editorial, de prestação de serviços e padrão empresarial representados no certificado ISO 9002."
Chico Santa Rita, presidente da Propeg CP (São Paulo, SP)

Gigante sem berço
"As reservas indígenas brasileiras somam 900 mil quilômetros quadrados -mais que França e Inglaterra juntas, pouco menos que 30 Bélgicas- para uma população de 240 mil índios. Todas escolhidas a dedo, digo, a satélite, todas ricas em minérios e cercadas de aeroportos clandestinos.
Com a iminente Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, da ONU, tudo isso deixará de nos pertencer.
Estão comendo o gigante adormecido pelas beiradas. Quando ele acordar, não vai ter nem onde dormir."
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)

Modelo
"Diariamente, milhões de brasileiros fazem suas apostas nas lotéricas administradas pela CEF. Tudo transcorre na mais perfeita e invejável eficiência.
Em contrapartida, acontecem diariamente escândalos envolvendo dinheiro público. Ao final dos 'inquéritos' conclui-se que há falhas na legislação, que não houve fiscalização necessária, que não há pessoal suficiente, que não há controle etc.
A eficiência não deve estar interessando aos órgãos públicos. Senão, porque não seguem o modelo da CEF no que couber?"
Jorge Nasser (São Paulo, SP)

Gasto questionável
"A coluna 'Painel S/A' de 7/10 informou que a licitação para a escolha das agências que vão cuidar da 'imagem do Correio' entra na reta final. As contas (que somam R$ 45 milhões) devem ser entregues a um consórcio de agências.
A imagem da empresa só será mudada com a melhoria dos serviços prestados. Uma empresa que não tem concorrência significativa precisa gastar essa soma de dinheiro para melhorar sua imagem?"
Antonio de Queiroz Pereira Calças (São José do Rio Preto, SP)

Dois pesos
"Fiat e Ministério Público Federal chegam a acordo e processo administrativo é encerrado; multa de R$ 4 milhões não é paga pela montadora ao Ibama.
No entanto, pequenas e médias empresas brasileiras, quando apanhadas por qualquer omissão nos seus registros contábeis, não têm essa regalia de alegar que houve engano. Mesmo sendo verdade, são implacavelmente multadas nos rigores da lei."
Nilson Baracat (Fernandópolis, SP)

Visita de Clinton
"A declaração no documento do Departamento de Comércio norte-americano não traz nada de novo e todos sabemos que é a mais imaculada verdade.
Por isso, Bill Clinton está errado! Nós é que temos que pedir desculpas ao mundo pelas atrocidades que cometemos contra nossos semelhantes. A falta de justiça e cidadania no Brasil é uma vergonha para nós. Direitos humanos são um sonho!"
Daniel Mamede (Fortaleza, CE)
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"Fiquei preocupado com o pedido de desculpas do presidente Bill Clinton. É preciso alertar a imensa classe dos corruptos que o presidente americano apenas praticou um ato de diplomacia.
Qualificar a corrupção no Brasil como uma endemia é um dos mais suaves eufemismos que eu já ouvi.
Por favor, senhores corruptos brasileiros, não interpretem que o presidente Bill Clinton está abonando os seus procedimentos atuais para, pautados nisso, passarem a praticar corrupção em dobro."
Helio de Castro Carvalho (Rio de Janeiro, RJ)

Ferrovia é a opção
"Estatísticas apontam: caminhão, transporte burro e perigoso, responde por 70% dos acidentes automobilísticos, além de estragar as estradas.
Será que um dia haverá 'vida inteligente' na condução da política de transporte para desenvolver a ferrovia, transporte inteligente e seguro?"
João Carmo Vendramin (Campinas, SP)

Avaliação da pós-graduação
"A respeito do editorial 'USP, teses e compadrio' (13/10), quero cumprimentar o jornal por haver 'posto o dedo na ferida'.
De fato, a alteração de avaliação da USP, em trabalhos de mestrado e de doutorado, dentro da realidade atual, acaba por ser não um procedimento de simplificação, mas sim um tipo de afastamento da luta pelo nível de qualidade.
Ficará ainda mais fácil a condenada 'ação entre amigos', o lamentável jogo de compadrio que tanto tem fortalecido o 'pacto da mediocridade'."
João de Almeida (Assis, SP)

Liberdade de imprensa
"Desejo unir meu protesto ao de milhões de brasileiros, em favor da liberdade de imprensa ora ameaçada.
Tudo que se conseguiu neste país, em termos de decência, moralidade da coisa pública, justiça e avanços democráticos, deve-se à liberdade de imprensa, ao patriotismo e bravura dos profissionais dessa área que, correndo até risco de vida, souberam defender o interesse maior dos brasileiros."
José Manoel do Nascimento (Recife, PE)

Festa profana
"Para os que acreditam que o Círio de Nazaré, considerada a maior festa religiosa do país, é uma demonstração de fé, sinto informar: a festa, de religiosidade, só tem a imagem da santa no meio da procissão e alguns fiéis pagando promessa.
O mais é festa profana, um evento quase carnavalesco, onde as pessoas aproveitam para beber muita cerveja e assediar sexualmente as mulheres, naquele empurra-empurra."
Eduardo Santiago (Belém, PA)

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