São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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"Brasil ignora horror na TV"

DA REPORTAGEM LOCAL

"Mesmo sendo um dos países mais supersticiosos do mundo, o Brasil ignora o terror e a morte em sua produção televisiva." A afirmação é de José Mojica Marins, 61, criador do personagem Zé do Caixão.
"Em comparação com o exterior, onde o terror é tema de festivais de cinema e assunto de grande interesse na TV, o nosso país ainda está atrasado", diz o cineasta, que desenvolve um projeto para lançar um canal na TV paga com 24 horas de terror.
Marins destaca programas como "Tales from the Crypt" (HBO) e "Galeria do Terror" (USA), atualmente em exibição. "Também gosto das minisséries que abordam a vida de mestres do terror como Boris Karloff e outros. Mesmo assim, são poucas opções."
O cineasta reclama da discriminação que os programas e as sessões de filmes sobre o tema sofrem nas emissoras abertas. "Quando eu apresentava o 'Cine Trash', na Bandeirantes, consegui dar picos de 14 pontos de audiência (cada ponto equivale a 80 mil telespectadores na Grande São Paulo). Mesmo assim, tiraram a sessão do ar alegando problemas com o Juizado de Menores", lembra.
Para Marins, o terror é menos ofensivo que a violência e o sexo que imperam atualmente na TV. "Em qualquer formato, o mal sempre leva a pior na produção de terror."

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