São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997 |
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Vice assume no Pará e demite 5 tucanos
ESTANISLAU MARIA
O governador interino do Pará, Hélio Gueiros Jr. (PFL), que assumiu na última sexta, com a internação do titular, Almir Gabriel (PSDB), demitiu ontem cinco secretários ligados ao PSDB. Foram exonerados os secretários de Planejamento (Simão Jatene), Fazenda (Paulo de Tarso Ribeiro), Administração (Rosa Freitas), Casa Militar (coronel Roberto Kós) e Casa Civil (Paulo Elcídio). O governador disse que fez as demissões porque não confiava nos auxiliares nomeados por Almir Gabriel, que se recupera de cirurgia em São Paulo e deve ficar afastado por pelo menos 15 dias. Gueiros Jr. já havia tomado medidas semelhantes em 1995. Durante viagem de 20 dias do governador ao exterior, o interino demitiu dois secretários estaduais e o chefe do Cerimonial do governo. "Não sei o que ele vai fazer em 20 dias, além de distrair a atenção com essas medidas e acirrar os ânimos", disse o deputado estadual tucano Martinho Carmona. No PSDB a ordem é cautela. Nenhum dos demitidos comentou o caso. "Houve perda total de confiança. Da minha parte por eles e da parte deles por mim", disse o governador interino. "Precisava conhecer a máquina administrativa e colocar nessas secretarias gente da minha confiança." Também foram afastadas a diretoria da Imprensa Oficial e a diretoria da Prodepa (Empresa de Processamento de Dados do Estado), que emite os contracheques do funcionalismo. No primeiro episódio de demissões, em 1995, o governador Gabriel voltou de viagem e readmitiu os secretários, mas, desde então, governador e vice mal se falam e cumprem apenas relações formais. Ontem, Gueiros Jr. deixou ainda mais claro seu rompimento com o governador e a crise que enfrenta a coligação PFL/PSDB no Pará. "Uma coisa é o governo Almir Gabriel, outra coisa é o meu governo. Eu não tenho nada com o Almir Gabriel nem terei nada na minha vida inteira", disse o interino. "O PFL será totalmente prestigiado no meu governo. Nós, que sofremos tanto durante esses três anos, vamos ter um 'arzinho' para respirar", completou. Gueiros Jr. disse que vai apenas tocar a máquina administrativa, enquanto torce "pelo pronto restabelecimento da saúde do titular". Mas não descarta novas demissões no governo. "Vou esperar pelo menos uma semana. Caso fique mais tempo no governo, vou mexer em algumas áreas e o secretário que não estiver afinado comigo será trocado." Ele disse discordar da prioridade dada às obras pelo governador e afirmou que não irá a inaugurações no interior, como Gabriel vinha fazendo. "Vou beneficiar saúde e segurança", declarou. Texto Anterior: Diretor do DNER do Amazonas deve dinheiro para o governo Próximo Texto: Gabriel não foi informado Índice |
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