São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997
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Camelôs desistem de fechar lojas no centro

Ambulantes retirados da Sé fazem ato

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os camelôs retirados da praça da Sé realizaram nova manifestação ontem na praça Ramos, após passeata por outras ruas do centro de São Paulo, na qual distribuíram panfletos. Eles desistiram de tentar fechar lojas no centro.
O mau tempo também contribuiu para o baixo número de manifestantes, cerca de 500 pessoas, segundo os organizadores.
"Parece que até São Pedro está contra os camelôs", afirmou Néo Marques, presidente da Atasp (Associação dos Trabalhadores Ambulantes de São Paulo), entidade que representa cerca de 2.000 ambulantes em todo o Estado.
Segundo Marques, um dos líderes que têm influência sobre os cerca de 1.200 camelôs da praça, os ambulantes da Sé não querem se indispor com os comerciantes legalmente estabelecidos no centro.
Segundo Marques, a Atasp desenvolveu um projeto alternativo para estabelecer os camelôs, de forma organizada, na praça da Sé.
"Estamos buscando com os comerciantes um diálogo que não conseguimos com a prefeitura."
Marques diz que, desde setembro, a Atasp tenta audiência com o prefeito Celso Pitta. "Ele nos indicou o Savelli (Alfredo, secretário das Administrações Regionais), que viajou antes da data marcada."
Os camelôs se concentram amanhã na escadaria da catedral da Sé e devem seguir em passeata até a sede da prefeitura, para pedir audiência com Pitta. O excesso de sindicatos, associações e lideranças preocupa a organização dos camelôs, que acredita que só a união dará a eles peso político para negociar com a prefeitura.
"Ou aproveitamos este momento para discutir, ou vai continuar um grupinho para cada lado", diz Marcos Antonio Maldonado, líder dos camelôs da Paulista, retirados da avenida este ano.
Hoje, exercem influência sobre os camelôs três sindicatos (Permissionários, Economia Informal e Vendedores Ambulantes), associações, como a Atasp, entidades de deficientes físicos e lideranças informais.

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