São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997
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Petroleiros vão parar 24 horas no dia 6

Greve é advertência, afirma FUP

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma plenária de dois dias no Rio, os petroleiros decidiram parar por 24 horas no próximo dia 6 em protesto contra o impasse nas negociações salariais com a Petrobrás.
Segundo o presidente da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antônio Carlos Spis, a paralisação será uma advertência à empresa, que fez sua última proposta salarial há cerca de um mês.
"Vamos mostrar que estamos unidos e preparados para pressionar a Petrobrás", afirmou Spis.
A plenária, que ocorreu no final de semana, reuniu 82 dirigentes de 21 sindicatos do país. Na quinta, haverá assembléias em todo o país para aprovar o calendário de mobilização.
A idéia dos trabalhadores é realizar vigílias na porta das 11 refinarias e nos prédios administrativos da empresa. Não haverá troca de funcionários nos turnos, mas a FUP afirma que a produção de combustível não será paralisada.
"É preciso de dois a três dias para interromper a produção sem riscos de acidentes", diz Spis.
Representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e de outros movimentos sociais serão convidados a participar da vigília.
Caso a paralisação de 24 horas não dê resultado, os petroleiros vão avaliar a possibilidade de convocar uma greve geral por tempo indeterminado.
As negociações começaram há dois meses. Na proposta encaminhada à Petrobrás, os petroleiros, que somam 42 mil trabalhadores na ativa e 38 mil aposentados, pedem 6,71% de reposição salarial, 20,14% por produtividade e participação nos resultados de 95 e 96.
A empresa ofereceu 3% de reajuste e um salário-base como participação nos lucros.
Em contrapartida, a Petrobrás quer que o acordo só tenha validade para trabalhadores que sejam contratados antes de 1º de setembro, data-base da categoria.
As relações trabalhistas com os petroleiros contratados após essa data seriam regidas pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que tem menos garantias sociais que a convenção coletiva da categoria.
A assessoria de imprensa da Petrobrás afirmou que a empresa não iria comentar a decisão dos petroleiros porque ainda não havia sido informada oficialmente da paralisação. Segundo a assessoria, a estatal considera definitiva a proposta de 3% de reajuste salarial.

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