São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997
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Presidente do Pinheiros ameaça desistir

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Clubes e federações sem ligação com o futebol estão se articulando contra o modelo de clube-empresa do projeto Pelé.
Numa reunião com o deputado Tony Gel, ontem, no clube Pinheiros (zona sul de São Paulo), dirigentes de clubes e federações pediram a criação de uma lei só para o futebol e outra para os demais esportes. Gel rejeitou a idéia.
Dirigentes disseram que o gerenciamento por meio de empresas pode levar muitos clubes a abandonar o esporte de competição.
Segundo ele, esse modelo é mais oneroso.
Antonio Rudge, presidente do Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo e ex-presidente do Pinheiros, disse que os conselheiros do clube não vão aceitar a criação de uma empresa para administrar os esportes profissionais.
"O Germania (antigo nome do Pinheiros) disputou o futebol muitos anos e foi até campeão paulista. Quando surgiu o profissionalismo, o clube, como também o Paulistano, decidiu retirar-se", acrescentou Cezar Roberto Granieri, atual presidente do Pinheiros.
O Pinheiros é um dos principais clubes poliesportivos do país. Mantém equipes em boa parte dos esportes olímpicos e revelou estrelas olímpicas como o nadador Gustavo Borges.
Segundo a Folha apurou, alguns diretores do Pinheiros temem que os sócios exijam a redução do investimento do clube no esporte se souberem que 20% do orçamento são gastos nisso.
"O esporte de rendimento é vital para os clubes como o Pinheiros", disse Granieri após a reunião.
A maioria dos presentes na reunião porém manifestou-se favoravelmente ao fim do amadorismo de fachada.
O deputado estadual Nabi Abi Chedid (PSD-SP), dirigente do Bragantino, chamou o projeto de "estatizante", para em seguida pedir verbas públicas para clubes e federações, que são privados.
O presidente da Federação Paulista de Basquete, Paulo Cheidde, defendeu a continuidade dos bingos. Segundo ele, o bingo da FPB cobre 30% das despesas da federação que ele administra.
Ele admitiu que nem os clubes nem os jogadores recebem um centavo do dinheiro da TV, o que fere a Lei Zico.
(MD)

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