São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997
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Relator altera projeto Pelé para buscar apoio político

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado Tony Gel (PFL-PE) decidiu alterar os dois pontos principais do projeto de lei Pelé para tentar ganhar apoio ao seu substitutivo, que deverá ser votado pela Câmara dos Deputados até o dia 3 de novembro. Gel é o relator da comissão especial que analisa o projeto.
Pelo texto que começou a elaborar, os clubes-empresas não precisarão pagar Imposto de Renda sobre o resultado financeiro se reinvestirem o lucro no próprio clube.
Pelo projeto de lei, os clubes com esporte profissional deverão se transformar em empresas ou formar uma empresa para administrar esse setor.
Os clubes têm se manifestado contra, argumentando que o pagamento de Imposto de Renda inviabilizaria a atividade. Com sua proposta, Gel busca enfraquecer as resistências ao projeto.
O texto que acaba com o passe também muda. Gel já se disse favorável à extinção, mas busca uma fórmula para proteger os clubes que formam os jogadores.
Sua idéia é que os jogadores devam ser obrigados a assinar o primeiro contrato de trabalho com o clube que os formou.
Segundo ele, se o atleta não fechar acordo com o empregador, ele não poderá se profissionalizar.
Para impedir que o clube imponha valores muito baixos de salários ou contratos longos demais, será incluído um parágrafo que afirma que o valor da multa rescisória será proporcional ao rendimento anual. Quanto maior o tempo de contrato, menor a multa.
"Sou contra o passe, mas não faço terrorismo", explicou Gel.
Tanto no caso do clube-empresa como no do primeiro contrato, essas regras valeriam não só para o futebol, como para os esportes que são chamados de amadores.
Tony Gel disse à Folha que acredita que o fim do passe deverá ser aprovado pela comissão especial. Segundo ele, cada vez mais deputados da comissão estão se convencendo da necessidade dessa mudança.
O ponto que mais preocupa Gel é a questão dos bingos. Ele ainda não decidiu o que fazer, mas disse ser contra "que os inocentes paguem pelos culpados", isto é, que se fechem todos os bingos porque a maioria não tem gerado recursos para o esporte.
Sobre o risco de os clubes-empresas falirem, o deputado foi taxativo: "Se o clube, com todas essas possibilidades, não conseguir se manter, tem que fechar".

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