São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997
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Kuerten aposta na 'queda espanhola'

FERNANDA PAPA
ENVIADA ESPECIAL A STUTTGART

No refeitório dos jogadores do Torneio de Stuttgart, na Alemanha, Gustavo Kuerten, 21, separa bem o relacionamento social entre eles da rivalidade nas quadras.
Para Kuerten, vários de seus antigos "chapinhas" transformaram-se em inimigos na disputa por uma vaga para a Copa do Mundo, entre 10 e 16 de novembro, em Hannover, na Alemanha.
Por enquanto, estão confirmados na disputa os norte-americanos Pete Sampras e Michael Chang e o australiano Patrick Rafter.
"Mas já pode pôr o Rusedski (Greg) nessa lista, porque ele está muito embalado e jogando no piso que mais gosta", analisa o brasileiro, que estréia amanhã em simples, contra o marroquino Hicham Arazi, 38º do ranking.
Na corrida até Hannover, em que valem somente os pontos acumulados em 97, Kuerten está em nono, 2.240. Os oito mais bem colocados participam do torneio.
Alex Corretja, em oitavo, tem 2.251 pontos, atrás do austríaco Thomas Muster (2.265 pontos) e dos outros espanhóis Sergi Bruguera e Carlos Moyá, 2.387 e 2.391 pontos, respectivamente.
Mas, para Kuerten, é perfeitamente possível ultrapassar Corretja e se aproximar de Moyá. "O Moyá é versátil, mas não vem de grandes resultados. Sua vantagem sobre mim está só nos pontos. A do Corretja, também."
A situação de Bruguera e Muster é diferente. "Eles têm muitos resultados nesse tipo de piso, o carpete em quadra indoor, e, por estarem no bolo, podem deslanchar", completa o tenista.
Kuerten, entretanto, não é o único fora dos oito com possibilidades de participar da Copa do Mundo. O sueco Jonas Bjorkman, décimo, com 2.182 pontos, e o croata Goran Ivanisevic, em 11º, com 2.176 pontos, também estão na corrida por Hannover.
"Bjorkman e Goran são muito perigosos porque jogam na superfície que mais gostam. Todos nós precisamos de um bom resultado nesta semana, ou em Paris ou em Estocolmo para puxar uma vaga." Para Marcelo Ríos, Felix Mantilla, Yevgeny Kafelnikov e Richard Krajicek, de 12º a 15º da lista, a situação é mais complicada. "Eles precisam de dois desses resultados. Um para chegar junto, outro para ficar com a vaga", explica Kuerten.
Decepção
Apesar de receber elogios devido a sua simpatia no atendimento aos fãs, os torcedores ficaram desapontados com o fato de Kuerten não falar alemão.
"Eu entendo tudo, mas não falo porque tenho vergonha", despista o brasileiro, que é descendente de alemães.

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