São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997
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EUA aumentam emissão de poluentes

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A emissão de gases que aumentam o "efeito estufa" cresceu 3,4% nos EUA em 1996 em relação ao ano anterior, segundo o Departamento de Energia do país.
É um aumento muito superior ao previsto antes. Ele liquida qualquer esperança de que venha a ser cumprido o compromisso assumido pelo presidente Bill Clinton em 1993 de reduzir essa emissão no ano 2000 ao seu nível de 1990.
O relatório do Departamento de Energia ainda aumentou a confusão interna do governo dos EUA em relação a que posição adotar sobre o assunto na conferência de cúpula sobre o clima, marcada para dezembro, em Kyoto, Japão.
Os EUA não aceitam a proposta da União Européia, que é de reduzir até 2010 em 15% (em comparação com os índices de 1990) a emissão desses gases no mundo.
Mas Clinton ainda não definiu que proposta apresentar no que se refere a metas. O que ele tem dito (inclusive no Brasil) é que todos os países devem contribuir para a redução, não só os desenvolvidos.
No entanto, é difícil que os EUA consigam qualquer sucesso no esforço de conter os gases do "efeito estufa". A previsão é de que sua emissão no país será 14% maior em 2000 do que era em 1990.
Os motivos para esse aumento são diversos: a economia dos EUA tem crescido mais do que se previa; o custo de fontes de energia "limpa" (como gás natural) tem subido muito mais do que o das de energia "suja" (como carvão).
Além disso, o Congresso dos EUA, sob controle da oposição conservadora, tem barrado projetos de lei para estimular a poupança de energia e o governo Clinton tem cedido a pressões e deixado de aplicar leis antipoluentes mais duras para automóveis e fábricas.
Às vésperas do último encontro preparatório, esta semana em Bonn, Alemanha, para a cúpula de Kyoto, os EUA ainda não têm uma posição definida sobre o tema.
No final da tarde de ontem, Clinton ainda não havia dado instruções para os diplomatas que vão representar o país em Bonn.
O vice-presidente Al Gore, provável candidato à sucessão de Clinton, lidera a ala da Casa Branca favorável a limites mais estritos à emissão de gases. O secretário do Tesouro, Robert Rubin, comanda o grupo que acha mais importante não ameaçar o crescimento econômico com restrições duras.

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