São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997
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CPFL deve ser disputada por até 5 grupos, diz secretário

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Quarenta e quatro empresas se registraram ontem na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) como interessadas no leilão de privatização da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz).
Mas o número que participará da disputa, no dia 5 de novembro, será bem menor. O secretário de Energia, David Zylbersztajn, acredita que o total de grupos interessados oscilará entre 3 e 5.
A relação das empresas inscritas ontem só será oficialmente divulgada no dia 28 de novembro, depois de aprovação do DNAEE (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica).
A pré-identificação na Bovespa não implica participação no leilão. A presença na disputa só estará garantida depois da apresentação de garantias no valor de 10% do preço mínimo das ações que serão vendidas, ou R$ 177,2 milhões.
Além disso, a pré-identificação é individual. A grande maioria das empresas ainda vai se agrupar em consórcios. No número de 44 também há diferentes empresas de um mesmo grupo. Somente no último momento será definido qual delas entrará no leilão.
Grupos de peso
A Folha apurou que pelo menos quatro grupos de peso já deram sinais de que pretendem disputar a CPFL, possivelmente em associação com outras empresas.
A VBC Energia, que reúne Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa, anunciou que estará no leilão da CPFL, mesmo depois de ter comprado ontem parte do controle acionário de uma das distribuidoras de energia elétrica do Rio Grande do Sul.
A norte-americana CMS Energy é outra presença praticamente certa, principalmente depois da derrota que sofreu na disputa pelas energéticas gaúchas ontem.
Outra grande interessada é a Sithe Energies, uma companhia francesa com sede nos Estados Unidos. A quarta possível candidata é a belga Tractebel.
O prazo final para formação dos consórcios coincide com a data para apresentação de garantias. Se os interessados optarem por cheque administrativo, esse prazo se esgota no dia 31 de novembro.
Mas a maioria deve optar por outras garantias, como ações e títulos públicos. Nesse caso, a data final é o dia 4, véspera do leilão.
Além de não exigir o desembolso de dinheiro, a opção pelo dia 4 tem a vantagem de retardar ao máximo a divulgação das associações que serão realizadas.
A CPFL será vendida pelo sistema de envelope fechado, no qual as propostas são feitas por escrito e só podem ser modificadas em caso de empate. A estratégia dos interessados é não revelar seus parceiros, para que os adversários não saibam o poder de fogo que terão.

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