São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997 |
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Acidente fere 96 na ponte Rio-Niterói
RONI LIMA
Segundo a direção da concessionária Ponte S/A, foi o maior acidente -em número de feridos- na história dos 23 anos da ponte. Com a colisão entre os veículos, as duas vias da ponte ficaram fechadas por cerca de duas horas. Foi a segunda vez, em menos de uma semana, que a ponte ficou paralisada. Na quinta-feira passada, ventos acima de 120 km/h causaram a interdição da ponte. O acidente ocorreu por volta das 6h45. O motorista Maurício Siqueira da Silva, 23, que dirigia um caminhão lotado com tijolos em direção ao Rio, disse ter parado no estacionamento ao perceber que os freios estavam com defeito. O acostamento -logo após a descida do vão central, no sentido Niterói-Rio- é estreito, só permitindo a parada de um carro de passeio. Parte do caminhão ficou para fora da faixa de segurança. A ponte tem 14 quilômetros de extensão. O vão central, com 72 metros de altura, é o ponto mais alto da construção em relação ao mar. O vão central foi construído em forma de arco para permitir a passagem dos navios que trafegam na baía de Guanabara. O acostamento foi feito após a privatização da ponte. Originalmente, ela foi concebida sem acostamento. Com a pista molhada, os ônibus envolvidos no acidente tiveram dificuldades para frear. O motorista de um ônibus da viação Rio Ita (Venda das Pedras-Praça 15), Paulo da Silva, 40, afirmou que vinha logo atrás de outro ônibus. De repente, o primeiro ônibus teria desviado, ao perceber o caminhão estacionado. Segundo Silva, sua visão estava prejudicada pelo ônibus da frente e, quando este desviou, ele não conseguiu evitar o caminhão. O ônibus da Rio Ita bateu de quina no lado esquerdo da traseira do caminhão -e rodou na pista. Três outros ônibus que vinham atrás colidiram em sequência. "Eu pensei que ia morrer", disse o passageiro Joaquim Rodrigues Pinto, 55, que estava em um dos ônibus e foi levado para o Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói. Os dois sentidos da ponte foram fechados cinco minutos após o acidente. O socorro aos feridos foi feito pelo sentido contrário da pista Niterói-Rio. Segundo a Ponte S/A, o atendimento teria levado apenas de seis a sete minutos. Carros dos bombeiros, da Polícia Rodoviária Federal e cinco ambulâncias foram utilizados no resgate dos feridos. Bombeiros tiveram que serrar ferragens de ônibus para a retirada de alguns feridos. As áreas do entorno dos acessos à ponte, nos municípios de Niterói e do Rio de Janeiro, ficaram engarrafadas durante a manhã, obrigando muitas pessoas a caminhar para alcançar seus locais de trabalho. Os reflexos do engarrafamento duraram pouco mais de uma hora após a abertura da ponte, às 9h06. A ponte é utilizada não somente por quem vai do Rio para Niterói, ou vice-versa, mas também pelos veículos que se dirigem à Região dos Lagos, no oeste do Estado, ou ainda por quem pretende alcançar o Nordeste do país pela BR-101. Diariamente passam pela ponte cerca de 115 mil veículos. Próximo Texto: Ponte tem 20 câmeras Índice |
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