São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997
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Vizinhos querem implodir prédios

DA AGÊNCIA FOLHA EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Eles temem que os dois edifícios desabem
EDMILSON ZANETTI
Vizinhos do edifício que caiu em São José do Rio Preto (SP) (451 km a noroeste de SP) lançaram ontem uma campanha pela implosão dos quatro prédios que, para eles, oferecem riscos de desabamento.
Eles dizem que, mesmo com a recuperação dos prédios, as famílias não têm "condições psicológicas" de voltar a morar no local. Cerca de 250 pessoas estão fora de suas casas.
Os edifícios que mais preocupam são o Luiz de Camões (10 andares), que teve a estrutura comprometida, o Espanha e o Portugal, ambos com 17 andares. O Parati (10 andares) só corre risco em caso de desabamento do Camões.
Os quatro são vizinhos do edifício Itália (17 andares), que desabou na quinta-feira.
Ontem, cerca de cem moradores da área isolada pela Defesa Civil se reuniram na Câmara para traçar os planos da campanha. Eles defendem que a prefeitura desaproprie a área e mande implodir os prédios.
Uma comissão de moradores e técnicos deve se reunir com o prefeito Liberato Caboclo (sem partido) hoje para discutir a sugestão. Milton Assis, representante da prefeitura, disse que ela "também é vítima" e não pode decidir.
Para o advogado do condomínio, Kleber Duque, a idéia é "absurda".
A Agência Folha ouviu nove pessoas que moram na área de risco. As nove disseram que não voltariam para suas casas.
"Quero saber quais os motivos para deixar os edifícios em pé. Para derrubá-los, temos dez. Ou se pretende transformar o local em patrimônio histórico?", disse Cliseide Márcia Bonilha, 35, gerente da Caixa Econômica Federal.

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