São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997 |
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Batida mata grávida em trabalho de parto
RITA NAZARETH
O auxiliar de departamento pessoal Leodair Antônio Marques, 26, estava levando sua mulher, a professora Patrícia de Souza Marques, 26, ao Hospital do Servidor Público Estadual. No carro, um Gol ano 86, também estavam o pai do motorista, Osvaldo Marques, e a mãe de Patrícia, Rosalice Souza. Por volta de 5h30, o Gol, que, segundo testemunhas, vinha em alta velocidade, ultrapassou o semáforo que estava fechado e colidiu com um ônibus no cruzamento da avenida Indianópolis com a alameda Maracatins. Segundo testemunhas, o carro capotou várias vezes e chocou-se com uma árvore. O pai e a sogra de Leodair morreram na hora, e Patrícia, com traumatismo craniano, foi levada ao Hospital São Paulo, onde morreu. Os médicos tentaram resgatar o bebê, por meio de uma cesariana. O menino, de 3,830 kg, já estava morto. Leodair Marques deu entrada no hospital com ferimentos leves e foi liberado ao meio-dia. O motorista de táxi Antônio Robles, 30, que chamou o resgate, diz que assistiu a todo o acidente. Segundo Robles, o Gol estava a uma velocidade superior a 80 km/h. "Ao perceber que o ônibus também iria passar pelo cruzamento e que o sinal estava fechado para ele, o motorista do carro buzinou várias vezes", diz Robles. Ele conta que a sogra e a mulher de Marques foram arremessadas para fora do carro. "A única coisa que se ouvia eram os gritos do motorista", diz Robles. Robles e um dos passageiros do ônibus retiraram Marques do carro. "Ele implorava para que nós levássemos seus parentes para um hospital, mas achamos melhor chamar o resgate, que chegou dez minutos depois", diz o motorista. Ele diz que o momento mais impressionante talvez não tenha sido o do acidente, mas quando Marques percebeu o que havia acontecido. "Ele saiu gritando que havia matado a família", diz Robles. O motorista que dirigia o ônibus da Viação Taboão, envolvido no acidente, José Carlos Ferreira Bispo, foi dispensado do trabalho ontem. Disse estar traumatizado. Segundo o gerente da empresa, José Clarindo de Aquino, não havia nada que Ferreira pudesse fazer. O 27º DP, que apura o caso, ainda não teve acesso aos documentos de Leodair Marques. O carro era do pai dele. Texto Anterior: Pedra desliza e interdita trecho da BR-101 em SC Próximo Texto: Gabriela, 3, ainda espera pela mãe e por bebê Índice |
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