São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997 |
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Odebrecht tem trunfo para comprar Conepar
MAURICIO ESPOSITO
A Conepar (Companhia Nodeste de Participações) será leiloada pelo Banco Central nos próximos meses, mas um acordo firmado entre a Odebrecht, grupo Ultra e a American Express praticamente garante o resultado da venda em favor dos dois primeiros. O leilão da Conepar desperta interesse entre as empresas petroquímicas porque garante, indiretamente, o controle acionário na Copene, a central petroquímica do pólo de Camaçari, na Bahia, a maior do país. Caso a Odebrecht venha a assegurar o controle acionário da Copene, a empresa terá no futuro participação estratégica no setor. Além da Copene, ela participará do pólo petroquímico de Paulínia (SP), em fase de construção. O contrato para o projeto de Paulínia, em parceria com a Petrobrás, foi firmado no mês passado e gerou polêmica no setor. Os concorrentes afirmam que o contrato contém cláusulas de preferência que garantem prioridade ao grupo baiano em qualquer projeto futuro da Petrobrás na área petroquímica. Manobra A American Express detém uma participação de aproximadamente 32% do capital total da Conepar. Essa participação ocorre por meio da empresa Intercapital (Intercapital Comércio e Participações Ltda.). O restante do capital total da Conepar está dividido entre a Econômico S/A Empreendimentos (Esae), que tem 56%, e o BNDESPar, que tem 12%. Um acordo de acionistas da Conepar determinava que a Intercapital teria direito de preferência na aquisição da totalidade da participação acionária detida pela Esae na holding. A Odebrecht Química, S/A, pertencente ao grupo Odebrecht, e a Ultrapar Participações S/A compraram esse direito de preferência, por um valor não revelado. A Odebrecht também adquiriu a opção de comprar, no futuro, a totalidade da participação da Intercapital. A operação será divulgada hoje, por meio de anúncio de fato relevante publicado nos jornais. "O direito de preferência nos dá a última palavra sobre a venda da participação da Esae na Conepar", disse Alexandrino de Alencar, diretor da Odebrecht Química. "Vamos levar vantagem no leilão da holding, mas a compra não é fato consumado", acrescentou. A venda da Conepar pelo Banco Central tem assessoria do BNDES. O edital ainda não foi divulgado. Texto Anterior: Pactual e ingleses vão administrar fundos Próximo Texto: Anatel descarta aumento de tarifa após privatização Índice |
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