São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997 |
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Loja atrasa pagamento de aluguel Inadimplência chega a 25% FÁTIMA FERNANDES
Pesquisa da Alshop, que reúne o comércio de shoppings, revela que a inadimplência das lojas na primeira quinzena deste mês chegou a representar 25% do total a receber pelos shoppings no período. Esse percentual foi constatado no caso dos lojistas localizados em shoppings menores, com até 200 lojas. Nos maiores, a inadimplência correspondeu a 15% do valor a receber pelos shoppings na primeira quinzena deste mês. "Desesperadas para vender, as lojas pequenas acabam ignorando o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e o Telecheque. Se elas não recebem pelo que vendem, acabam não tendo dinheiro para pagar as dívidas", diz Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. Em outubro do ano passado, pelo levantamento da Alshop, a inadimplência das lojas instaladas em shoppings menores representou 12% do valor a receber pelas administradoras, e nos maiores, 8%. O aumento do calote, na análise de Sahyoun, se deve ao fraco movimento no comércio e ao fato de o consumidor também estar mais endividado neste ano. Segundo a Alshop, a inadimplência dos clientes das lojas de shoppings representa neste mês 3% do valor que elas têm a receber. Há um ano, correspondia a 1,5%. Sahyoun diz que a gravidade da inadimplência no comércio de shopping pode ser constatada na rotatividade das lojas. Ele exemplifica: em um shopping que tem 400 lojas, por exemplo, cerca de 60 lojas fecham as portas ao longo do ano. A rotatividade, portanto, é de 15%, em média. Antes do Real, segundo a Alshop, a rotatividade era da ordem de 7%. "Nos shoppings menores, o número de lojas que fecham chega a representar 25%." Sahyoun diz que, além da inadimplência do consumidor, os lojistas estão com dificuldade para pagar as dívidas por causa dos custos de ter uma loja em shopping. Segundo ele, o custo do condomínio é da ordem de US$ 38 o metro quadrado, enquanto que nos Estados Unidos é de US$ 10. Os shoppings Iguatemi, Ibirapuera e Jardim Sul informam que o calote dos lojistas preocupa, mas afirmam que a inadimplência não é tão alta como revela a Alshop. Para o Iguatemi, a inadimplência dos lojistas representa 3% do que tem a receber no mês. "Já chegou a 5%", diz Waldir Chao, gerente-geral. No Ibirapuera, esse percentual varia de 2,8% a 3,2%. "O lojista está cauteloso para conceder o crédito. Assim, corre menos riscos", diz Isaac Schafirovitch, diretor. No Jardim Sul, a inadimplência chega a representar, no início do mês, 10% do total que o shopping tem a receber no mês, mas acaba caindo para 5% no final do mês, informa Eduardo Nishi, superintendente. Texto Anterior: Bolsas se animam e câmbio tem queda Próximo Texto: Economias da região devem crescer menos em 97 Índice |
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