São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997
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Xul Solar criou novas línguas

CELSO FIORAVANTE
DO ENVIADO ESPECIAL

Nem Tarsila nem Portinari. O artista homenageado da 1ª Bienal do Mercosul é um nome praticamente desconhecido dos brasileiros.
Xul Solar era argentino, mas defendia uma unidade latino-americana a partir de um pan-nacionalismo sem dominantes ou dominados. Nasceu em Buenos Aires, em 1887, e retirou seu nome artístico da leitura fonética dos sobrenomes do pai (Schulz) e da mãe (Solari). O nome "Xul" ganha ainda mais conceito ao ser lido de trás para a frente. Lux é luz.
Xul Solar era um erudito, amigo do escritor Jorge Luis Borges e interessava-se pelos mais diversos ramos do conhecimento, como religião, mitologia, cabala judaica, astrologia e outros. Escrevia em seis línguas, além de latim, grego e sânscrito.
Adepto de um sincretismo místico, religioso e também linguístico, criou duas línguas ("panlengua" e "neocriollo") e coalhou seus trabalhos (geralmente aquarelas, sua técnica preferida) de símbolos esotéricos e místicos. A escada, que simboliza a ascensão, e a serpente, símbolo da sabedoria, são os dois elementos mais recorrentes em sua obra.
(CF)

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