São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997 |
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Jovens artistas se destacam no evento
CELSO FIORAVANTE
O nome é antigo ("último lustro" é um termo em desuso que se refere aos últimos tratos que o artista dá à obra), mas a produção é jovial e instigante. O argentino Fabio Kacero cria objetos de parede cujas formas lembram couros de boi. A remissão ao universo agrário, porém, termina aí. Kacero dá aos trabalhos característica high-tech ao revesti-los com plástico prateado e ilustrá-los com desenhos automáticos. Botões dão às obras características inutilitárias. A série "Tan Lejos e Tan Cerca", do uruguaio Martin Verges Rilla, brinca com noções de percepção do corpo e com questões sobre a observação da obra de arte a partir de ícones da história da arte (apresentados como cadáveres em dissecação) e de ilusão de ótica. O artista gaúcho Felix Bressan se destaca com uma boa seleção de novos corpos criados a partir de apropriações dadaístas de resíduos da metrópole. Lia Menna Barreto, também gaúcha, remete a uma arqueologia da memória da infância ao dispor cadeiras infantis queimadas em círculo, que lembra espaços de ancestral celebração ritualística e de brincadeiras de roda. A carioca Rosana Palazyan, que criou uma trágica história em quadrinhos com bordados em 15 cuecas infantis, mostra uma via-crúcis minimalista que aborda temas como meninos de rua, marginalidade, abuso sexual, criminalidade e morte. A produção paraguaia, porém, deixa a desejar, ao apresentar trabalhos muito preocupados com questões locais, como terra, índios e ecologia. (CF) Texto Anterior: Xul Solar criou novas línguas Próximo Texto: Jordi Saval rege 'Música e Mitologia' Índice |
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