São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997
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DESEMPREGO EM SÃO PAULO

A economia brasileira não está em recessão. Praticamente a cada semana novos investimentos são anunciados. O governo promove projetos que estariam assegurando empregos. Entretanto, ao menos na Grande São Paulo, a taxa de desemprego está em nível recorde.
Segundo pesquisa realizada em conjunto pela Fundação Seade e pelo Dieese, de agosto para setembro o exército de desempregados nessa região metropolitana engrossou em cerca de 38 mil vítimas.
Não há, portanto, como negar que a trajetória de crescimento moderado admitida pela atual política econômica, mesmo não sendo recessiva, cobra um alto preço do ponto de vista social. Aliás, a piora no indicador do desemprego pode até mesmo obrigar a uma reavaliação do cenário de crescimento moderado. Afinal, o dinamismo da atividade econômica torna-se cada vez menos vigoroso. Ou moderado demais.
Fala-se muito nas alternativas de criação de empregos nos setores de serviços. Seria uma resposta à "desindustrialização" da economia paulista. Mas as demissões na indústria, na construção civil e no emprego doméstico hoje ultrapassam a criação de vagas nos serviços e no comércio, setores econômicos que também começam a perder força.
Não é nada fácil encontrar uma resposta ou apontar um futuro para quase 1,5 milhão de desempregados na Grande São Paulo, em especial quando se pensa em termos políticos. E nada sugere que a sina dos desempregados seja muito diferente em outras regiões do país, apesar dos sinais de desconcentração regional na economia brasileira.
Para se alcançar a gravidade da situação é preciso lembrar ainda que aumentos no desemprego são atípicos nesta época do ano. Normalmente, o mês de setembro registra queda de desemprego, pois a indústria se prepara para a temporada de aquecimento de fim de ano.
A rigor, somados a indicadores como o da inadimplência, os dados do desemprego colocam cada vez mais preocupações no horizonte.

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