São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997
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Esclarecimento; Chance remota; Prática corrente; Pedido de socorro; Questão de princípios; Controle da TV; Judaísmo e racismo; Cumprimento

Esclarecimento
"Sobre a reportagem 'Ciro favoreceu parentes e amigos no Ceará' (20/10), que se refere a mim, Einhart Jacome da Paz, cunhado de Ciro Gomes, como suposto 'favorecido', tenho a esclarecer: sou publicitário, com 24 anos de atividades em São Paulo.
Como homem de marketing político, cuidei das campanhas de Tasso Jereissati ao governo do Ceará em 1986; Ciro Gomes à Prefeitura de Fortaleza em 88; Ciro Gomes ao governo do Ceará em 90; Assis Machado à Prefeitura de Fortaleza em 92; Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República em 94; Tasso Jereissati ao governo do Ceará em 94; o segundo turno de Marcello Alencar ao governo do Rio de Janeiro em 94 e Sérgio Cabral à Prefeitura do Rio em 96.
Orgulho-me de nunca ter usado a condição de publicitário envolvido numa campanha para pedir favores ao candidato, depois de eleito.
No caso de Ciro Gomes, a quem sou ligado por laços familiares, também não foi diferente. Ajudei a eleger Ciro prefeito e não participei de nenhuma licitação na prefeitura; trabalhei para eleger Ciro Gomes governador e também não participei de nenhuma licitação no governo.
Não encontrei, em nenhum lugar, a comprovação dos favores que eu, ou a minha empresa, a Diana, supostamente teríamos recebido."
Einhart Jacome da Paz (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Xico Sá - Einhart Jacome da Paz, como comprovam os documentos registrados em cartórios, funcionou oficialmente como procurador -com todos os poderes, inclusive movimentação de conta bancária- da empresa CMK, que teve contratos com o governo Ciro Gomes. Os referidos contratos são confirmados por Antonio Lavareda, sócio-fundador da firma. A empresa Diana, da qual Einhart é sócio em São Paulo, produziu anúncios da firma Criação Ilimitada feitos para o governo cearense. A Criação Ilimitada, por sua vez, tinha como sócio Francisco José de Mesquita, funcionário da Diana em São Paulo.

Chance remota
"Será possível que os candidatos a candidatos -Ciro Gomes, Itamar Franco, Leonel Brizola, Orestes Quércia, entre outros- não enxerguem que as chances de ser eleitos para a Presidência da República são as mesmas de Bill Clinton retornar ao Brasil e almoçar na minha casa -acompanhado de Saddam Hussein, é claro- ?"
Oswaldo Couto Junior (São José dos Campos, SP)

Prática corrente
"Discordo de Jorge Caetano ('Painel do Leitor', 2/10), que propôs a supressão em nossa Constituição da parte que diz: 'Todos são iguais perante a lei...'.
Sugiro apenas que se emende ao texto o trecho: 'Porém a lei jamais será igual perante todos'.
Estaremos apenas oficializando a prática jurídica corrente no país."
Miguel Angelo Moreira (Guaratinguetá, SP)

Pedido de socorro
"A respeito do editorial 'Desmandos em Alagoas' (19/10), quero cumprimentar o jornal pelo excelente trabalho. Só com a suspensão dos direitos políticos em Alagoas por 20 anos poderá ser revertido o quadro desolador e cruel em nossa querida terra.
A suspensão recente da ajuda do governo federal é o caos total.
SOS, Brasil! Quem salva nosso Estado?"
Luiz Toledo (Maceió, AL)

Questão de princípios
"Reitero meu apoio ao companheiro do MST João Pedro Stedile, que foi atacado pela deputada Marta Suplicy, do PT, que se diz feminista.
Dada a história contemporânea dos massacres ocorridos e das lideranças assassinadas no campo, o MST deve se manter fiel a seus princípios. Repudiamos o ataque feroz da deputada do PT a essa grande liderança."
Calissa Rosa Sartorato (Rio de Janeiro, RJ)
*
"Brilhante (como sempre) o artigo da deputada petista Marta Suplicy sobre Débora Rodrigues e João Pedro Stedile, do MST.
Ela disse tudo que penso sobre a exploração da mulher."
Risomar Fasanaro (Osasco, SP)

Controle da TV
"Ao destacar no título e na primeira página a posição da deputada Marta Suplicy a respeito da televisão, a Folha presta importante serviço à sociedade brasileira.
O controle democrático da TV ainda é um tabu que precisa ser enfrentado antes que a barbárie ocupe todos os canais em todos os horários.
Espero que a Folha mantenha o assunto em pauta. É preciso coragem."
Laurindo Lalo Leal Filho, professor livre-docente da Escola de Comunicações e Artes da USP -Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Judaísmo e racismo
"Sobre o artigo 'Paradoxos do racismo' (9/10), de Otavio Frias Filho: o judaísmo não é uma simples resposta ao anti-semitismo, mas uma cultura própria, com valores próprios.
O pior surge nos parágrafos finais do texto. Trata-se da afirmativa de que os judeus são o único povo moderno que pratica endogamia, a ponto de ser um problema 'quando o filho ou, mais grave, a filha decide casar-se fora da comunidade'.
Não é bem assim. Filhos de mãe judia são considerados judeus, pelos ortodoxos, mesmo se esta for convertida, mesmo se o casamento for católico, muçulmano, espírita, budista.
Já na Igreja Católica, quem não for batizado está fora, certamente condenado ao inferno... Como se vê, há uma boa dose de um paradoxal preconceito anti-semita na opinião do autor sobre endogamia judaica.
Com relação ao sionismo, é muito mais do que uma idéia extravagante de reemigração à Palestina. A presença judaica na Terra Santa é conhecida e reconhecida historicamente desde os tempos bíblicos.
Curiosamente, o autor só se curva quanto ao direito de Israel existir porque conseguiu derrotar militarmente os árabes. Ou seja, o sucesso do uso da força é que decide quem tem razão ética para a autodeterminação.
Na verdade, creio, mesmo se derrotados, os judeus teriam direito à autodeterminação na Palestina, como os palestinos têm direito ao seu Estado na Cisjordânia/faixa de Gaza."
Marx Golgher (Belo Horizonte, MG)

Cumprimento
"Parabenizamos a Folha pelo excelente editorial 'Direitos e privilégios' (12/10), sobre a aposentadoria dos magistrados.
Este jornal mostrou, uma vez mais, elegância e sobriedade, afastando avaliação meramente emocional no trato de tema tão importante para a magistratura nacional."
Jayme Martins de Oliveira Neto, diretor do Departamento de Imprensa da Associação Paulista de Magistrados (São Paulo, SP)

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