São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997 |
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'Não elejo quem é contra lotação'
ROGERIO SCHLEGEL
"Nunca votei, mas quando eu for eleitora não vou dar meu voto para gente que quer acabar com uma coisa que funciona", diz a estudante, que está na 8ª série do Colégio São Bento, no centro, e mora na Vila Formosa (zona sudeste). Gabriela tem uma certeza: o passageiro só se tornou importante para as empresas de ônibus quando passou a usar lotação. "Agora a gente tem alternativa e evita o ônibus. Antes, dependia só deles." A lista de reclamações de Gabriela contra os ônibus não tem fim. Ela acha os motoristas mal-educados, reclama da espera no ponto, diz que os cobradores roubam no troco, critica a sujeira dos veículos, detesta os solavancos... Gabriela tem até um argumento ecológico em favor dos lotações -o ônibus solta fumaça preta. Maria Florenice de Araújo, 50, outra usuária da zona sudeste, acha que toda a confusão em torno dos perueiros se deve à ganância. "Os donos de empresas de ônibus só querem para eles, mas todo mundo precisa trabalhar", diz, referindo-se aos perueiros. Budista, Maria Florenice espera uma solução negociada para a crise. Para ela, falta vontade de entrar em acordo, especialmente nos vereadores e donos de ônibus. "O perueiro está certo em protestar. É gente honesta, que quer ganhar o pão." (ROGERIO SCHLEGEL) Texto Anterior: Personagens revelam conflito de interesses Próximo Texto: Primos sustentam famílias Índice |
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