São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997 |
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Racionamento de luz pode causar 6.000 demissões
ALTINO MACHADO
Racionamento de energia causa 6.000 demissões O racionamento de energia elétrica em Manaus pode resultar em 6.000 demissões nas próximas semanas nas empresas instaladas na Zona Franca, afirmou Marcos Cristóvão Pinto, presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas). O Distrito Industrial, onde estão instaladas 617 empresas, faturou no ano passado US$ 13,2 bilhões e gera 50 mil empregos diretos. As indústrias estão sem energia três horas por dia. Pinto disse que as mais prejudicadas são as de injeção plástica e siderurgia -que exigem turnos ininterruptos. Os empresários estão preparando um documento afirmando que as 9.000 demissões já realizadas neste ano foram causadas inicialmente pela queda nas vendas e, nos últimos meses, pela redução da produção provocada pela crise no fornecimento de energia. Como exemplo de fábricas que estão sendo obrigadas a reduzir a produção, o dirigente apontou a Gillete, Multibrás, Pastore, Shoper, Springer, Sharp, CCE, Injepac, Videolar, Emtec e Honda. "A notícia do racionamento vai soar como uma ducha de água fria nas possibilidades de novos investimentos na Zona Franca", disse. Ele afirmou que o mais grave é que o racionamento coincide com o período em que as fábricas necessitam aumentar a produção e as vendas para o pagamento de 13º salário e dos impostos. O Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus informou que, na última semana, homologou a demissão de 150 trabalhadores e que prevê fechar 1997 com 15 mil demitidos. Turismo afetado O turismo também está sendo duramente atingido. A falta de luz agravou os prejuízos que o setor já estava registrando, decorrentes das nuvens de fumaça que vêm cobrindo a cidade, provocadas pelas queimadas na floresta amazônica. Nas últimas semanas, as agências têm recebido pedidos de cancelamento de viagens de turistas estrangeiros -principalmente da Europa e Estados Unidos. Mesmo com alguns hotéis de luxo fora do racionamento, sofrem os efeitos da falta de luz os turistas que se hospedam na maior parte da rede hoteleira e todos os que usam os serviços na cidade. Manaus festeja amanhã 149 anos de fundação. O paradoxo é que a cidade foi a segunda no país a contar em suas ruas e casas, no começo do século, com os benefícios da energia elétrica. Texto Anterior: Câmara vota hoje lei que libera perua legal Próximo Texto: Enfermeira tem medo de aplicar vacina estragada Índice |
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