São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Enfermeira tem medo de aplicar vacina estragada

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A auxiliar de enfermagem Marlene Barrozo está passando graves dificuldades com a falta de energia elétrica. Na semana passada, antes mesmo do racionamento, sua casa chegou a permanecer 24 horas às escuras. "Levei o que tinha na geladeira para a casa de um parente."
Marlene, mãe dos estudantes Felipe, 9, e Gabriel, 7, contou que eles acordam todas as noites por causa do calor muito forte. "Ficamos sem ventilador e as crianças são obrigadas a estudar à luz de velas."
A enfermeira, que trabalha num posto de saúde no bairro onde mora, declarou que tem medo de aplicar vacina estragada em alguém, já que a geladeira fica parada uma parte do tempo. "Faz tanto calor no posto, que o esparadrapo não cola na pele das pessoas."
Na semana passada, dois bebês prematuros morreram na maternidade Balbina Mestrinho, que funciona há 36 anos, mas não tem gerador próprio. As incubadoras deixaram de funcionar durante o corte. Quando a energia voltou, os bebês haviam morrido.
Um dos artigos que os camelôs estão vendendo com maior sucesso nos últimos dias são os ventiladores importados movidos a pilha.

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