São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 1997
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Presidente do BID não vê risco imediato

Para Iglesias, movimento de queda é geral

FERNANDO ROSSETTI
ENVIADO ESPECIAL A ESTOCOLMO

O presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Enrique Iglesias, afirmou ontem em Estocolmo, Suécia, que "a única preocupação que devemos ter não é tanto com a queda das bolsas -pois já tivemos muitos altos e baixos-, mas com as potenciais repercussões disso".
Para ele, a queda nas bolsas no Brasil faz parte de um movimento geral, "que ocorre também em Wall Street". "Mas por enquanto as moedas (latino-americanas) não foram afetadas, e não temos elementos que indiquem que isso vá ocorrer."
Segundo Iglesias, outro efeito negativo da queda das bolsas seria a elevação das taxas de juros. "Isso sim teria repercussões sobre a nossa dívida externa e seus custos", disse o presidente do BID, que enfatizou que não há qualquer indicação de que isso vá ocorrer.
Iglesias está em Estocolmo participando do seminário "Solidariedade Internacional e Globalização - Em Busca de Novas Estratégias", promovido pelo governo sueco e pelo governo colombiano, que atualmente preside o Movimento Não-Alinhado.
Em entrevista à Folha, Iglesias classificou "o colapso do sistema da Ásia" como "muito surpreendente". "Ninguém esperava uma coisa assim."
"Estamos olhando um fenômeno totalmente inesperado em uma área (Ásia) que se acreditava ser a mais segura do mundo inteiro para investimentos."
Para ele, os países asiáticos mais diretamente afetados pela crise "estão reagindo com muita lentidão, e isso está criando alguma incerteza por parte dos investidores".

O jornalista Fernando Rossetti viajou a Estocolmo a convite do governo sueco

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