São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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CPFL divulga aumento de 84% em seu lucro líquido

DA FOLHA CAMPINAS; DA REPORTAGEM LOCAL

A CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) teve um lucro líquido de R$ 130,7 milhões nos nove primeiros meses de 97.
O valor é 83,9% maior do que o registrado no mesmo período de 96 (R$ 71 milhões) e 9,2% superior a todo o lucro da CPFL no ano passado (R$ 119 milhões), o maior da história da empresa.
As informações constam do balanço dos três primeiros trimestres da empresa divulgado ontem, dois dias antes do leilão de privatização da energética.
Entre julho e setembro, a CPFL teve um lucro líquido de R$ 53,6 milhões. O valor é 32% maior do que o registrado no primeiro trimestre deste ano (R$ 40,6 milhões) e 46,8% maior do que o lucro do segundo trimestre de 97 (R$ 36,5 milhões).
Segundo o diretor econômico e financeiro da CPFL, Júlio Colombi Netto, três fatores principais ajudaram no bom desempenho da empresa neste ano.
O primeiro fator positivo, conforme o diretor, foi o crescimento do mercado em 6,9% (de 12.349 gigawatts para 13.201 gigawatts), provocado pelo aumento de 5% no número de consumidores (de 2,311 milhões para 2,417 milhões).
"Outro motivo para o bom desempenho é que pudemos contar com uma tarifa sem defasagem, já que houve reajuste de 9,85% em abril e a inflação desde então não chega a 3%", disse Colombi Netto.
O diretor destaca ainda o saneamento financeiro realizado na empresa pelo governo do Estado. De dezembro de 94 a dezembro de 97, a CPFL pretende diminuir em 26,50% o número de funcionários (de 7.775 para 5.700).
Balanço antecipado
A divulgação do balanço foi adiantada em função do leilão de privatização. Historicamente, a empresa costuma divulgar o balanço do terceiro trimestre no dia 5 de novembro. Este ano, o cronograma foi adiantado porque o leilão acontece amanhã, às 9h30.
Para o diretor econômico e financeiro, o balanço positivo vai ajudar na privatização da CPFL.
"Este lucro mostra que a CPFL é uma ótima companhia, com um excelente mercado e pessoal gabaritado", disse Colombi Netto.
Quanto à influência das turbulências do mercado mundial na privatização, ele se mostrou favorável à manutenção da data do leilão. "É lógico que seria melhor privatizar a CPFL em situações menos anormais, mas é preciso fazer o leilão agora", disse.
Bolsa
As ações ON da CPFL (ordinárias, com direito a voto) subiram 4% ontem. O crescimento, porém, foi inferior ao registrado pela Bolsa de Valores de São Paulo, que fechou em alta de 9,7%.
Com isso, os papéis fecharam a R$ 168. Os analistas avaliam que o preço das ações estaria próximo ao seu valor justo.

Colaborou a Reportagem Local

LEIA MAIS sobre o leilão de privatização da empresa na pág. 1-5

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