São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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Roubo de moedas acaba em tiroteio nos Jardins

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O roubo de um saco de moedas em um restaurante nos Jardins (zona sudoeste de São Paulo) transformou-se ontem numa perseguição policial com tiroteios que deixaram dois PMs baleados em três ruas e num ônibus lotado.
Aílton Ferreira dos Santos, 23, e Genivaldo Jesus dos Santos, 27, foram cercados pela PM na esquina da alameda Lorena com a avenida 9 de Julho. Presos, eles foram acusados pelas testemunhas, vítimas e policiais. Ambos não deram entrevista e não prestaram depoimento.
A ação começou pouco antes das 7h na esquina da avenida 9 de Julho com a rua Estados Unidos. Armados com pistolas calibre 7,65 mm, eles entraram no restaurante Supimpa e levaram do caixa um saco com R$ 59,52 em moedas.
"Foi tudo rápido", disse o comerciante Luiz Antônio de Freitas, 46, dono do Supimpa. Os assaltantes fugiram a pé e, perto da esquina da alameda Pamplona com a 9 de Julho, renderam o bombeiro Rubens da Costa Chaves, 28.
Chaves estava com o filho em um Opala parado em frente a uma padaria. Ele esperava a mulher, que havia ido tomar café. O ladrão apontou a pistola para Chaves, que simulou ter problemas cardíacos.
"Pensando que eu estava mal, eles foram para o corredor de ônibus", disse. A movimentação chamou a atenção de dois PMs, os soldados Nilton Romero Junior, 32, e Edilson Xavier Prates, 26, que passavam pela avenida 9 de Julho.
Os assaltantes entraram num ônibus da viação Santo Amaro que fazia a linha Terminal das Bandeiras-Terminal Santo Amaro. Os policiais mandaram o motorista parar o ônibus. Havia cerca de 50 passageiros no veículo.
Os ladrões atiraram nos policiais, quebrando os vidros do ônibus, e pularam a janela ao lado do motorista José Laércio Batista, 43.
A pé e carregando o saco de moedas, eles entraram na alameda Lorena, onde houve o segundo tiroteio. Nele, foram baleados o soldado Romero Junior, na mão, e o soldado Prates, no pé esquerdo.
Os ladrões viraram na rua Pamplona e, depois, na rua Guarará, onde entraram no Golf do estudante Valter Leo Zach Junior, 24. Queriam que o estudante guiasse o carro, pois não sabem dirigir.
Zach Junior ligou o motor, abriu a porta e saiu correndo. Os ladrões abandonaram o carro e correram. Foram alcançados pelos PMs, que, mesmo baleados, continuavam a segui-los. Houve o último tiroteio.
Os assaltantes viraram na alameda Campinas. Na esquina com a Lorena, entraram em um posto de gasolina e dominaram a pedagoga Gisele Nunes Cavallini, 37, obrigando-a a levá-los em seu Voyage.
Eles retornaram pela Lorena, mas foram cercados por um carro da PM que vinha em sentido contrário e pelos policiais os perseguiam.

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