São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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A moeda sou eu; Atrás do prejuízo; Só uma bala na agulha; Filme B; Jogatina proibida; Exame grafotécnico; Batata quente; Velhinha de Taubaté; Serviço por fazer; Tapando o nariz; Agora ou nunca; A conferir; Soma zero; Não tem conversa; Vício abandonado; Data fatal

A moeda sou eu
A campanha de reeleição de FHC deve bater na tecla de que só o tucano será capaz de comandar o país caso haja uma grave crise internacional. O presidente já deu o tom ontem, falando que editou o pacote sem medo de ficar impopular.

Atrás do prejuízo
Pergunta que não queria calar ontem no PSDB: "Por que FHC não tomou essas medidas antes?" Para tucanos, boa parte do pacote poderia ter sido feita durante os três anos de governo.

Só uma bala na agulha
De Esperidião Amin (PPB): "O prejuízo político do pacote é anulado pelo efeito afirmativo do governo contra a crise. Longe de enfraquecer, as medidas duras fortalecerão o presidente. Enquanto FHC mantiver o Real, tudo isso é suportável".

Filme B
Adesivo de automóvel que já circula em São Paulo: "FHC, o Exterminador do Futuro".

Jogatina proibida
Pedro Malan (Fazenda) voltou a falar em "aposta" ontem ao anunciar o pacote. Pegou mal entre os aliados de FHC. "Governo, em tese, deve ter políticas e não apostas", diz uma raposa.

Exame grafotécnico
Os governistas do PMDB admitem deixar para janeiro, como quer Paes de Andrade, a convenção para decidir o apoio a FHC. Não é bondade. É dificuldade de obter quórum, algumas vezes só alcançado mediante artifícios.

Batata quente
Encarregado de presidir a reunião do Conselho Político do PMDB, o 2º vice Ronaldo Cunha Lima (PB) defende um adiamento. Devido ao pacote fiscal. Eliseu Padilha (Transportes) atacou, dizendo que não quer nem ouvir falar da hipótese.

Velhinha de Taubaté
Tipo de indagação feita ontem na Câmara: "Por que um ajuste de R$ 20 bi agora, se, em setembro, tivemos de votar um crédito orçamentário de R$ 104 bi para rolar a dívida dos Estados?"

Serviço por fazer
De José Aníbal (PSDB-SP), sobre o pacote econômico: "Está claro que o problema está no setor público. A estabilidade é um bem, mas sem a reforma administrativa ela não se segura".

Tapando o nariz
Palpite de um líder governista habituado a pacotes: o aumento da alíquota da CPMF era apenas um bode malcheiroso na sala.

Agora ou nunca
Para Michel Temer (PMDB), FHC terá sucesso se aproveitar a crise para pedir uma trégua ao fisiologismo na votação da reforma administrativa: "O Congresso entenderá a necessidade de sacrifício independentemente de qualquer questão individual".

A conferir
A tese do esforço concentrado voltou a ganhar força ontem, no Congresso. É a única maneira de aprovar o pacote fiscal do governo até dezembro. A outra seria a convocação extraordinária, que os líderes pretendem evitar.

Soma zero
Segundo um estudo da Assessoria de Orçamento do Congresso, feito para Paulo Bernardo (PT-PR), o setor público gastará, num cálculo otimista, R$ 20 bi a mais com juros depois da alta da semana retrasada. É o que o pacote fiscal espera conseguir.

Não tem conversa
A cúpula do PSDB quer separar o apoio do partido ao pacote, que será dado fortemente, dos problemas que a sigla tem com o presidente por conta de sua aliança com Maluf. Vão dar um respiro, mas voltarão à carga.

Vício abandonado
Lula parou de fumar anteontem. Alguns petistas brincam que, por avareza, ele queria ficar livre do aumento do IPI sobre fumo, que acabou não saindo.

Data fatal
Pelo menos uma das 17 medidas provisórias do pacote fiscal tem de ser votada no Congresso até o fim do ano. A que aumenta o Imposto de Renda. Devido ao princípio da anualidade, ela não poderá ser reeditada em 98.

TIROTEIO
Do economista Paulo Nogueira Batista (FGV), do PT, sobre o que chamou de "clima de improvisação" no anúncio ontem do pacote fiscal: - É o que dá (o governo) fazer às pressas em um fim-de-semana o que deveria ter feito ao longo de três anos, mas foi postergado por razões políticas.

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